A Alemanha está a entrar na próxima etapa de alívio das restrições até agora implementadas para mitigar a disseminação da pandemia, mas a chanceler, Angela Merkel, advertiu para a necessidade de prosseguir o desconfinamento com cautela.
Várias regiões do país estão gradualmente a levantar as restrições impostas para impedir a propagação do SARS-CoV-2, fruto do declínio acentuado no número de infeções e do progresso na vacinação.
Restaurantes, cafés e bares em Berlim começaram hoje a servir os clientes nas esplanadas pela primeira vez em vários meses, mas para ir almoçar a uma esplanada, por exemplo, é necessário apresentar um certificado de vacinação ou um teste negativo à presença do SARS-CoV-2.
A maioria das cidades da Alemanha estão com menos de 100 infeções por 100.000 habitantes, número que era ultrapassado em quase todo o país há meses e que levou ao confinamento de todo o país.
Contudo, este momento de reabertura não pode ser de desleixo, advertiu a chanceler alemã.
“Podemos estar felizes pela descida [do rácio de infeções] nos últimos dias (…). Espero que, depois de tanto tempo de clausura e de oportunidades que não tiveram, as pessoas tratem estas oportunidades com responsabilidade. O vírus não desapareceu”, advertiu Merkel, em Berlim, a um grupo de jornalistas.
A Alemanha contabiliza mais de 87.000 óbitos associados à covid-19 desde o início da pandemia. Ultrapassar largamento este número e continuar a flagelar o tecido económico do país é uma preocupação constante das autoridades.
França vai doar 30 milhões de vacinas
A França vai doar 30 milhões de vacinas contra a covid-19 ao dispositivo Covax, sistema que distribui doses aos países mais pobres, anunciou o Presidente francês, Emmanuel Macron.
“Não temos o direito de guardar as vacinas em certos países enquanto faltam vacinas noutros”, declarou hoje o Presidente francês num discurso perante o G20, que esteve reunido em videoconferência para debater a pandemia do novo coronavírus e outras questões globais.
Estes 30 milhões de vacinas doados ao sistema Covax vão ser entregues pela França até ao final de 2021.
Estima-se que apenas 0,2% da população dos países mais pobres esteja vacinada, contra cerca de 30% nos países mais ricos.
A eficácia das vacinas continua a ser comprovada através diferentes estudos, com um estudo em França a demonstrar que a vacina reduz em 87% as hipóteses das pessoas com mais de 75 anos desenvolverem uma forma grave da doença.
Este estudo, levado a cabo pelo grupo de investigação Epi-Phare, dedicado à epidemiologia, envolveu cerca de 4 milhões de franceses com mais de 75 anos, dos quais 1,4 milhões foram vacinados entre fim de dezembro e fevereiro de 2021.
Ao mesmo tempo que a vacinação progride no país, os números da pandemia continuam a descer, indica o estudo.
Em França, há agora 20.209 pessoas internadas nos hospitais devido à covid-19 e 3.631 desses pacientes apresentam formas graves da doença, menos 138 do que na véspera.
Nas últimas 24 horas, morreram no país 123 pessoas devido ao vírus e foram detetados 12.800 novos casos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.432.711 mortos no mundo, resultantes de mais de 165 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
ZAP // Lusa