A ingestão de antidepressivos durante a gravidez pode estar associada a um risco acrescido de hiperactividade na infância, sugere um estudo norte-americano, publicado na Molecular Psychiatry, do grupo Nature.
A probabilidade de tal se verificar é maior se a grávida ingerir o medicamento nos primeiros três meses de gestação.
Os transtornos de défice de atenção com hiperactividade (TDAH) caracterizam-se pela dificuldade que algumas crianças têm em se concentrar, ou realizar actividades complexas.
As conclusões baseiam-se num estudo estatístico, realizado por médicos do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, a partir dos dados de, aproximadamente, 3 500 crianças diagnosticadas com TDAH ou autismo, e outras 10 000 sem quaisquer transtornos.
Os resultados apontam para “um risco persistente de TDAH após uma exposição aos antidepressivos, em particular no primeiro trimestre” da gravidez, pode ler-se num artigo do Daily Mail.
Porém, os autores da investigação consideram que mais estudos são necessários para consolidar os dados.
Inicialmente, o objectivo da pesquisa era verificar se a ingestão de antidepressivos na gravidez aumentava a probabilidade de autismo no bebé, como estudos anteriores haviam sugerido.
Segundo as conclusões, porém, o aumento não é significativo. O que parece estar associado a um risco de autismo, de acordo com o estudo, é a depressão materna não tratada.
Num texto que acompanhou a investigação, Guy Goodwin, presidente do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia, afirmou ser necessário cautela ao analisar os resultados da pesquisa.
Segundo o próprio, é possível que o risco de TDAH entre as crianças tenha relação com o factor genético.
Ou seja, uma mãe depressiva pode transmitir ao filho uma maior propensão genética para desenvolver transtornos psiquiátricos, independentemente do uso de medicamentos.
CG, ZAP