Um estudo do FMI confirmou o que a maioria das mulheres já sabia: foram as mães a carregar grande parte do enorme impacto económico da pandemia de covid-19.
“No mundo do trabalho, as mulheres com filhos pequenos estão entre as maiores vítimas dos fechamentos de atividades”, afirmou esta sexta-feira a diretora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
O estudo, realizado por economistas do FMI e publicado no início de março no site da instituição, analisou as experiências de mães nos Estados Unidos, Reino Unido e Espanha, e mostrou por que é “crucial” dar ajuda adicional às mães, explicou Georgieva.
Essa ajuda inclui dar prioridade à reabertura das escolas e apoio monetário para as necessidades imediatas, bem como formação para novos empregos, depois de algumas funções e postos de trabalho terem desaparecido durante a pandemia, acrescentou a diretora do FMI.
O estudo mostrou que, no caso dos trabalhadores dos Estados Unidos, as mulheres foram mais afetadas que os homens, enquanto no Reino Unido foi ao contrário. Em Espanha, homens e mulheres foram afetados de forma semelhante.
“Apesar das diferenças, os três países têm algo em comum: as mães de filhos pequenos foram desproporcionalmente afetadas pelo encerramento de atividades e pelas medidas de contenção”, disse Georgieva.
Com o encerramento de escolas e das aulas virtuais, “muitas mulheres, que antes da pandemia já carregavam grande parte do peso do cuidado dos filhos e do trabalho doméstico, perderam os empregos ou tiveram os horários de trabalho reduzidos”.
Dados do governo dos Estados Unidos indicam que quase 2 milhões de mulheres de mais de 20 anos saíram do mercado de trabalho durante a pandemia e a taxa de desemprego foi de 5,7% em março comparado com 3,1% em fevereiro de 2020.
// AFP