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Moreirense 1-1 FC Porto | Pés quadrados comprometem dragão

Estela Silva Lusa

Jogo emocionante em Moreira de Cónegos. Mais uma vez o Porto visitou o Moreirense e não conseguiu vencer, registando apenas um triunfo nas últimas seis partidas como visitante.

Os homens da casa marcaram na primeira parte, por Nahuel Ferraresi, e seguraram a vantagem quase até final, tendo ainda usufruído de pelo menos um lance para ampliar.

Contudo, a grande pressão portista acabou por resultar num golo, de grande penalidade, convertida por Mehdi Taremi.

E Toni Martínez ainda marcou um segundo, nos descontos, mas acabou anulado. Com este empate 1-1, os “azuis-e-brancos” ficaram a seis pontos do líder Sporting e viram o Benfica aproximar-se, estando agora a quatro pontos.

 

O jogo explicado em números

  • Vasco Sabra promoveu três alterações em relação à equipa que empatou sem golos na visita ao Santa Clara, entrando Nahuel Ferraresi, Yan Matheus e David Simão, para a aposta num sistema de três centrais, saindo D’Alberto, Gonçalo Franco e Felipe Pires. Sérgio Conceição, por seu turno, não mexeu no “onze” que ganhou em casa ao Vitória de Guimarães.
  • Não havia dúvidas, chegado o primeiro quarto-de-hora, sobre qual seria a equipa dominadora desta partida. O Porto, sabendo das vitórias de Sporting e Benfica, tinha noção de que só a vitória interessava e pegou no jogo, chegando a esta altura com 71% de posse de bola e os dois únicos remates, embora nenhum enquadrado. No passe registava 85% de eficácia, contra pobres 51% do Moreirense.
  • A meia-hora continuava a mostrar uma total inoperância ofensiva dos homens da casa, ainda sem remates e empurrados pelo Porto para o seu terço defensivo. No entanto, não davam espaços para os campeões nacionais criarem situações de remate de qualidade, pelo que ocasiões de golo nem vê-las. Nesta fase, Otávio liderava os ratings, com 6.1, coim destaque para três passes ofensivos valiosos e três acções defensivas no meio-campo contrário.
  • Aos 34 minutos o Moreirense teve a melhor ocasião até ao momento, com Rafael Martins, na área, a não conseguir dominar a bola, mas esta a sobrar para Yan Matheus, que teve tudo para facturar, mas a bola embrulhou-se na defesa portista e acabou por sair. Os homens da casa ameaçavam o golo, que viria a surgir aos 37 minutos.
  • Canto curto da esquerda, a bola colocada no coração da área e Ferraresi, de primeira, com o pé esquerdo, “fuzilou” Marchesín. Ao terceiro remate dos cónegos, segundo enquadrado, o golo. Apesar de dominar a partida, os portistas não passavam também dos três disparos, mas só um com boa direcção. E na resposta, Rosić negou o golo a Jesús Corona. A diferença estava na eficácia atacante.
  • Surpresa ao descanso, pelo favoritismo dos portistas, pelo domínio que os visitantes conseguiram, não tanto pelo histórico recente de jogos entre as duas equipas em Moreira de Cónegos.
  • O Moreirense chegou ao intervalo a ganhar, tento que surgiu numa curta fase da primeira parte em que os homens da casa construíram alguns lances de perigo. Só mesmo nos remates enquadrados os cónegos eram superiores ao Porto, mas era o suficiente para ir fazendo a diferença.
  • Ferraresi, pelo golo, mas também pelas cinco recuperações de posse e as três intercepções, era o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.7.
  • Logos aos 25 segundos do segundo tempo, Mehdi Taremi, só com Mateus Pasinato pela frente, permitiu a defesa ao guardião brasileiro, na melhor ocasião dos “dragões em todo o jogo até então. E aos 57 minutos, em mais um lance de insistência, Moussa Marega acertou no poste, em boa posição na pequena área. Cheirava a golo do Porto a qualquer momento.
  • Nos primeiros 15 minutos da etapa complementar o Porto teve 68% de posse de bola, cinco remates, três enquadrados, um deles ao poste, contra somente dois disparos dos cónegos, um com boa direcção. A pressão portista era grande, mas muito por culpa da má qualidade de passe dos da casa, que não passava dos 64%, porque em termos de acções com bola no meio-campo contrário, os “dragões” somavam nove, somente mais quatro que os anfitriões.
  • Contrariedade para Sérgio Conceição aos 65 minutos, com Chancel Mbemba a lesionar-se, entrando Fábio Vieira para o seu lugar. Problemas também tendo em conta a recepção ao Famalicão na próxima jornada, pois Pepe já tinha visto cartão amarelo e vai cumprir um jogo de castigo.
  • Aos 76 minutos, erro de Pepe, André Luís interceptou a bola, passou Marchesín e rematou para a baliza deserta… ou nem por isso, porque Matheus Uribe veio em grande velocidade e evitou o golo em cima da linha, chocando, na sequência, com o poste. O colombiano evitou um golo que poderia ser fatal para as aspirações da equipa no jogo.
  • Até que aos 85 minutos, Rosić fez falta sobre o recém-entrado Toni Martínez na grande área e o árbitro assinalou grande penalidade. Taremi não desperdiçou e lançou minutos finais de grande emoção. E a pressão dos “azuis-e-brancos” acabou por dar frutos.
  • Nos descontos, aos 93 minutos, Toni Martínez marcou, de cabeça, mas a festa portista durou pouco, pois o golo acabou anulado pelo VAR, por fora-de-jogo. E no último lance, Pasinato negou o golo a Fábio Vieira, de livre. Impróprio para cardíacos.

 

O melhor em campo GoalPoint

O congolês só jogou pouco mais de uma hora, saindo devido a uma aparente lesão muscular, mas até tal acontecer foi um exemplo de trabalho abnegado e muita qualidade nos diversos momentos do jogo.

Chancel Mbemba foi o MVP, com um GoalPoint Rating de 7.8. Aos dois desarmes e três duelos aéreos defensivos ganhos (em três), o central juntou 92% de eficácia de passe, quatro passes ofensivos valiosos e uma ocasião flagrante criada em quatro passes para finalização, o máximo do jogo. Um elemento fundamental em toda a manobra portista.

 

Jogadores em foco

  • Ferraresi 7.3 – O melhor elemento dos cónegos foi também um central. O venezuelano, que chegou a Portugal para representar o Porto, fez o golo dos homens da casa, ganhou dois de três duelos aéreos defensivos e registou excelentes quatro intercepções e oito alívios.
  • Otávio 6.8 – A fiabilidade do costume. O luso-brasileiro fixou o máximo de passes ofensivos valiosos (8), registou 99 acções com bola, segundo valor mais alto, e defensivamente o destaque vai para quatro acções defensivas no meio-campo contrário e outros tantos desarmes.
  • Pasinato 6.6 – Mais um grande jogo do guarda-redes do Moreirense, que só não travou a grande penalidade de Taremi. No total fez seis defesas, algumas de grande dificuldade, quatro a remates na sua grande área, três a menos de oito metros.
  • Taremi 6.6 – O iraniano fez o golo do Porto, de penálti, mas também desperdiçou uma ocasião flagrante, que lhe afecta a nota final. Ainda assim foi o mais rematador do encontro, com quatro disparos, três deles enquadrados, fez cinco passes ofensivos valiosos, acumulou oito acções com bola na área contrária e concluiu duas de três tentativas de drible.
  • Sérgio Oliveira 5.7 – Jogo algo discreto do médio, que acabou por sair ainda antes da hora de jogo. Sérgio esteve bem no drible, completando dois de três, e acertou 85% dos passes que realizou.
  • Pepe 5.1 – Jogo com altos e baixos do central portista. Excelente no passe (acertou 90, máximo do jogo), fixou o valor mais alto de acções com bola (108) e fez dez recuperações e quatro desarmes, mas dos seus pés saiu um passe errado que só não deu golo do Moreirense porque Uribe cortou em cima da linha de golo.

 

Resumo

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