O Benfica regressou aos triunfos depois de ter vencido o Portimonense por 5-1, numa partida relativa à 28.ª jornada da Liga NOS, após o desaire registado na recepção ao Gil Vicente.
Porém, não foi um duelo fácil para as águias, que estiveram em desvantagem, mas conseguiram dar a volta ao “placard” já na etapa complementar, onde arrasaram o opositor. Beto (um caso sério) abriu a contagem, mas Pizzi, Darwin (que entrou com tudo depois do intervalo), Seferovic (com um bis que vale a liderança dos goleadores da prova) e Everton foram os marcadores de serviço. Os de Portimão somam os mesmos 32 pontos com que iniciaram esta ronda, ao passo que os de Lisboa voltaram a ocupar o terceiro posto e reduziram a desvantagem em relação ao líder Sporting para dez pontos.
O jogo explicado em números
- Duas alterações em cada um dos dois conjuntos. Nos algarvios, Salmani e Fabrício ocuparam as vagas de Ewerton e Anzai, que tinham sido titulares ante o Famalicão. Nas “águias”, os alemães Weigl (razões pessoais) e Luca Waldschmidt (opção) foram substituídos por Gabriel e Pizzi, respectivamente.
- Muita luta e pouca inspiração nos minutos iniciais em Portimão. Apenas dois remates a registar, um para cada lado, e 57 perdas de bola no total, 27 para os algarvios e 30 para os “forasteiros”.
- Tivemos de esperar até à passagem do minuto 28 para assistirmos a um lance digno de perigo. Numa combinação com Pizzi, Rafa atirou com perigo e falhou o 0-1 por escassos centímetros. Nesta fase, já tinham sido feitos cinco “tiros”, dois para os da casa, ambos desenquadrados, e três para os “encarnados” (um enquadrado).
- Na primeira meia-hora do encontro, Vertonghen acumulava o melhor rating, um 6.2, fruto de um remate, dois cruzamentos, apenas dois passes falhados em 24 (92% de eficácia), quatro passes longos, quatro passes progressivos certos, 37 acções com a bola, cinco recuperações da posse e duas intercepções.
- Na primeira ocasião gizada, o Portimonense marcou no segundo remate que fez. Aos 43 minutos, Boa Morte assistiu e Beto, após superar a marcação dos três centrais benfiquistas, fuzilou e apontou o 11º golo no decurso desta época. Foi o quinto golo do avançado nos últimos quatro encontros.
- Porém, no último suspiro da primeira metade, Vertonghen na abertura, Grimaldo na assistência e Pizzi na finalização encontraram o caminho rumo ao “tento” do empate, no lance que foi melhor orquestrado pelos comandados de JJ. Foi o 14º tiro certeiro do camisola 21 até ao momento, o quarto na prova.
- Eficácia quase total de ambos os conjuntos nos primeiros 47 minutos de acção em Portimão. As “tropas” de Paulo Sérgio abriram a contagem na primeira vez que remataram em direcção à baliza adversária. As “águias” ripostaram quase na mesma moeda e empataram na segunda vez (em oito tentativas) em que conseguiram alvejar a baliza à guarda de Samuel Portugal. Apesar de ter tido mais posse de bola (73% versus 27%), o Benfica nunca conseguiu superiorizar-se à estratégia bem urdida pelos algarvios. Com três remates, um golo, dois passes para finalização e cinco passes valiosos, 40 acções com a bola – sendo que seis foram na área adversária -, Pizzi era quem mais ordenava com um GoalPoint Rating de 7.1.
- Já com Lucas (substituindo Fabrício) e Darwin Núñez (na vaga de Gabriel), foram os lisboetas a dar o primeiro sinal quando Darwin, em óptima situação, falhou o 1-2 e atirou por cima da baliza.
- Na segunda tentativa, aos 50 minutos, o dianteiro uruguaio conseguiu redimir-se e assinou o segundo golo “encarnado” depois de ter levado a melhor sobre Maurício e Lucas e dando sequência a um passe endossado por Taarabt. Foi o sexto golo (em 24 jornadas) ao antigo jogador do Almería no campeonato. Dos dez remates do Benfica, três foram enquadrados e dois acabaram no fundo das redes do emblema de Portimão.
- Seguiram-se minutos loucos, com o perigo a rondar as duas áreas, sendo que as ocasiões mais flagrantes ocorreram aos 59′, com Darwin, descaído sobre o lado esquerdo, a preferir assistir Seferovic quando poderia (e deveria) ter arriscado o remate, e aos 62 quando Beto, sozinho, voltou a levar a melhor sobre os três centrais adversários e só os reflexos de Helton Leite impediram o 2-2. Neste período, o Portimonense tinha 30% da posse, cinco remates (três no alvo) e três cantos. Já o Benfica tinha 70% da posse, 11 remates (três no alvo) e dois cantos.
- Decorria o minuto 64 quando Diogo Gonçalves arrancou, tirou Fali Candé do caminho, entrou na área e, no momento certo, assistiu Seferovic, que finalizou de forma eficaz e ampliou a vantagem para 1-3. Foi o 17º golo do suíço na competição, ele que voltou a “apanhar” Pedro Gonçalves na lista dos goleadores, e a quarta assistência do ala direito na Liga NOS.
- Com elevada nota artística. Foi assim que os benfiquistas conseguiram chegar ao 1-4. Num desenho em que Grimaldo, Darwin e Rafa se entenderam na perfeição, foi o espanhol a assistir (oitava vez na época) Seferovic, que na zona do segundo poste, só teve de encostar para assumir a liderança dos melhores marcadores da Liga NOS, agora com 18 tiros certeiros.
- Já na fase de descontos, Everton teve frieza e decretou o 1-5 final, depois de uma assistência de outro suplente, o compatriota Pedrinho. Foi a quarta vez que o antigo jogador do Grémio de Porto Alegre fez golo nesta edição do campeonato.
- O Portimonense, que vinha de três jogos consecutivos a vencer, nos quais marcou nove golos, não conseguiu dar sequência aos últimos bons resultados e nem à veia goleadora de Beto (cinco “tentos” em quatro partidas). As equipas treinadas por Paulo Sérgio continuam sem vencer as “águias” no campeonato, somando nove desaires e um empate.
- No outro lado, os homens de Jorge Jesus voltaram a sorrir, depois do percalço ante o Gil Vicente, e chegaram à quarta vitória de rajada nas últimas quatro deslocações. A equipa marca há dez golos consecutivos, sendo que Seferovic apontou sete golos nas últimas quatro rondas fora do Estádio da Luz.
O melhor em campo GoalPoint
De volta às opções iniciais de Jorge Jesus, o capitão Pizzi voltou a gritar “presente” e mais do que justificou a aposta do treinador. Após uma primeira parte em que actuou na linha de três junto a Rafa e Seferovic, recuou no terreno com a saída de Gabriel ao intervalo, não perdendo, no entanto, influência nas manobras da equipa. Alvo de inúmeras críticas, demonstrou mais uma vez que é uma peça crucial nas “águias”. Nos 88 minutos em que actuou, fez o empate, realizou três remates no total, três passes para finalização, cinco passes valiosos, 78 acções com o esférico, sete acções na área algarvia, tendo ainda recuperado a posse em três ocasiões. Por tudo isto, foi o MVP do encontro com um GoalPoint Rating de 7.6.
Jogadores em foco
- Seferovic 7.2 – Mais uma vez, o “patinho feio” suíço esteve num “mood” sim e foi crucial no desfecho do marcador, bisou e assumiu a liderança dos goleadores da Liga com 18 golos. Em Portimão, depois de uma primeira parte em que esteve “abandonado”, aproveitou a entrada de Darwin para ditar a diferença. Dos seus dados, realce para quatro remates (dois golos), três passes valiosos e cinco acções com a bola na área contrária. A rever, os seis maus controlos de bola (máximo negativo).
- Taarabt 7.1 – Na retina o passe que executou e que resultou no 1-2, além disso, esteve sempre ligado à corrente, realizando mais uma exibição positiva, onde foi eficaz nos quatro dribles tentados, fez sete recuperações e seis passes valiosos. A rever, as 18 vezes em que perdeu a posse e as três em que foi driblado.
- Willyan 7.0 – Foi o melhor elemento do Portimonense, mesmo tendo saído aos 66 minutos, numa fase em que a equipa corria atrás do prejuízo. Até lá, foi autor de um remate, dois passes para finalização e 11 recuperações de bola (máximo no jogo).
- Vertonghen 7.0 – Boa “performance” do belga: dois remates, 13 passes progressivos correctos, nove passes longos, 80 acções com o esférico e três duelos aéreos ofensivos ganhos em outros tantos em que interveio.
- Darwin Núñez 6.9 – E tudo o uruguaio mudou. A entrada em cena do número “9” foi determinante para a mudança que se registou na partida. Acutilante, entendeu-se bem com Seferovic e foi uma constante dor de cabeça para a defesa contrária. Em 49 minutos, marcou um golo em três remates, teve seis acções na área do opositor e apenas pecou quando em vez de visar a baliza de Samuel, optou por assistir “Sefe”.
- Beto 6.5 – Sozinho, e enquanto teve forças, foi uma espécie de pesadelo para Otamendi, Lucas Veríssimo e Vertonghen. Móvel, rápido e nada trapalhão, fez o que quis sempre que teve a bola nos pés. Marcou um golaço, ao todo rematou três vezes, acertou três dos quatro dribles tentados e sofreu quatro faltas.
Resumo
// GoalPoint