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Cientistas traduziram a estrutura de uma teia de aranha em música

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Isabelle Su e Markus Buehler

Imagens transversais de uma teia de aranha foram combinadas nesta imagem 3D e traduzidas em música.

Uma equipa de investigadores garante ter criado música a partir de uma teia de aranha. Os cientistas traduziram a estrutura de uma teia numa melodia — algo que pode ter aplicações que vão desde melhores impressoras 3D até à comunicação entre espécies e composições musicais sobrenaturais.

Além de fazer música, o objetivo desta experiência foi conseguir novos insights sobre a arquitetura 3D e a construção de teias, escreve o Tech Explorist.

Mas como é que os cientistas conseguiram transformar uma simples teia de aranha em música? Primeiro, começaram por digitalizar uma teia de aranha através de lasers, de forma a capturar secções transversais em 2D. Depois, através de algoritmos computacionais, reconstruiram a rede 3D da teia.

Com isto, atribuíram diferentes frequências de som a fios da teia, criando “notas” que combinaram em padrões baseados na sua estrutura para gerar melodias.

Desta forma, os investigadores criaram um instrumento semelhante a uma harpa, que usaram para tocar música em várias apresentações ao vivo.

“Fizemos uma configuração de realidade virtual que permitiu às pessoas ‘entrar’ na teia de forma visual e audível. O ambiente de realidade virtual é realmente intrigante porque os ouvidos captam características estruturais que se podem ver, mas não reconhecer imediatamente. Ao ouvir e ver ao mesmo tempo, pode-se realmente começar a entender o ambiente em que vive a aranha”, explicou o coautor do estudo, Markus Buehler.

“A forma como a aranha ‘imprime’ a teia é notável porque não é usado nenhum material de suporte, como muitas vezes é necessário nos métodos atuais de impressão 3D”, acrescentou num comunicado de imprensa divulgado pela ACS.

Como os sons mudam conforme a aranha constrói a teia, é possível explorar a sequência temporal de como esta está a ser construída de forma audível.

A equipa de investigadores também está interessada em aprender a comunicar com aranhas no seu idioma. Para tal, gravaram as vibrações da teia produzidas enquanto executam diferentes atividades. Embora ao ouvido humano as diferenças parecessem impercetíveis, um algoritmo classificou corretamente os sons em diferentes atividades.

“Agora estamos a tentar gerar sinais sintéticos para falar a língua das aranhas. Se as expusermos a ritmos ou vibrações específicos, poderemos afetar o que elas fazem e poderemos começar a comunicar com elas? Estas são ideias fascinantes”, atirou Buehler.

Os resultados do estudo foram apresentados esta segunda-feira.

Daniel Costa, ZAP //

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