O Ministério Público apresentou esta segunda-feira o seu caso contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com a procuradora Liat Ben-Ari a afirmar que se trata de “um caso substancial e grave envolvendo corrupção no Governo”.
Netanyahu “usou indevidamente o poder próprio do Governo para pedir e obter benefícios indevidos de donos de grandes media israelitas para os seus interesses pessoais”, indicou a responsável, citada pelo Público. A decisão de acusar um primeiro-ministro em exercício foi inédita no país.
A primeira testemunha a ser ouvida foi Ilan Yeshua, antigo CEO do site de notícias Walla, no caso em que Netanyahu é acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança, por alegadamente ter favorecido o grupo de telecomunicações Bezeq. O dono da Bezeq, Shaul Elovitch, também está a ser julgado.
No segundo caso, é acusado de fraude e abuso de confiança, por ter aceitado presentes de empresários em troca de favores políticos; no terceiro, de fraude e abuso de confiança, por prejudicar a concorrência do Yediot Ahronot, que lhe deu boa cobertura noticiosa.
Durante a audiência, Yeshua detalhou o sistema de cobertura ao primeiro-ministro, dizendo que foi “bombardeado” com mensagens dos donos do site, Shaul Elovitch e a sua mulher, e de colaboradores próximos de Netanyahu para que fizesse uma cobertura mais favorável ao primeiro-ministro e menos favorável aos seus adversários.
Yeshua notou que “todos os media recebem constantemente questões sobre a sua cobertura”, mas que as feitas em nome de Netanyahu “eram totalmente inéditas, tanto em número como em natureza dos pedidos”. Era frequente que as “correções” pedidas fossem mudanças totais em textos. A interferência começou no final de 2012, disse Yeshuda.