Custou mas foi. Portugal ia ter uma “tarefa fácil” frente ao Luxemburgo, pensou muita gente, mas sentiu muitas dificuldades, em especial na primeira parte, altura em que chegou a estar em desvantagem.
Aos poucos foi acertando o seu jogo, assumiu a sua superioridade e criou as melhores ocasiões, acabando por vencer por 3-1, liderando o Grupo A de qualificação para o Mundial de 2022 com sete pontos, os mesmos da Sérvia. Diogo Jota, Cristiano Ronaldo e João Palhinha fizeram os tentos lusos.
O jogo explicado em números
- Fernando Santos avançou com quatro alterações no “onze” em relação à partida com a Sérvia. Cédric Soares, Danilo Pereira, Sérgio Oliveira e Bruno Fernandes saíram, para entrarem Nuno Mendes, Rúben Neves, Renato Sanches e João Félix. Uma formação inicial muito ofensiva, mas que sentiu problemas.
- No primeiro quarto-de-hora, Portugal registou 56% de posse de bola, mas o único remate foi do Luxemburgo, desenquadrado, por parte de Danel Sinani. E até em acções com bola na área adversária os da casa estavam melhor (3-2). O primeiro disparo da equipa lusa aconteceu apenas aos 24 minutos, por Cristiano Ronaldo, enquadrado e com perigo, na sequência de um livre directo.
- Aos 29 minutos a primeira boa jogada de Portugal, com João Cancelo a entrar na área pela direita, a centrar atrasado e Renato Sanches a rematar com muito perigo para defesa apertada de Anthony Moris. Mas em cima da meia-hora houve mesmo golo… só que do outro lado. Sinani cruzou da direita e Gerson Rodrigues surgiu a cabecear com êxito. Ao segundo remate dos homens da casa, o atacante nascido no Pragal, em Almada, marcava.
- Nesta fase da partida o domínio era português, com 58% de posse, mas faltava intensidade e ligação aos portugueses, que estavam bem no passe (87% de eficácia), incluindo no vertical (75%), mas nos duelos, os luxemburgueses eram superiores, em especial nos aéreos, empregando sempre mais agressividade.
- Resposta lusa aos 36 minutos, com Bernardo Silva a rematar para grande defesa de Moris. E aos 40, contrariedade para Fernando Santos, obrigado a tirar João Félix, lesionado, lançando em jogo Pedro Neto. Nada corria bem aos campeões da Europa… até aos descontos da primeira parte.
- No último lance antes do intervalo, o recém-entrado Pedro Neto cruzou da esquerda e Diogo Jota empatou, fazendo o seu terceiro golo nesta qualificação… todos de cabeça.
- Jogo muito difícil para a turma das “quinas”. Apesar de ter dominado e terminado a etapa inicial com números ofensivos muito superiores, só aos 24 minutos Portugal fez o primeiro remate e esteve mesmo a perder, registando o empate apenas nos descontos. Entretanto, quando começou a criar perigo, teve pela frente Moris, um guarda-redes inspirado. Renato Sanches, com um GoalPoint Rating de 6.6, era o melhor em campo ao intervalo, com dois remates, ambos enquadrados, só um passe errado em 42 e seis recuperações de posse.
- Portugal entrou no segundo tempo com outra segurança, a dominar por completo e a criar perigo. E aos 50 minutos colocou-se na frente. João Cancelo cruzou da direita e Cristiano Ronaldo empurrou para o seu 103º golo internacional. E logo a seguir, Nuno Mendes passou por todos, mas o seu remate saiu ao lado.
- Diogo Jota esteve quase a bisar, e de novo de cabeça, aos 59 minutos, mas a bola embateu na barra. E este foi mais um lance que mostrava a superioridade da formação lusa, expressa em 62% de posse de bola na segunda parte, cinco remates, três enquadrados, mas ainda assim permitindo ao Luxemburgo algumas incursões perigosas.
- Aos poucos o controlo português do jogo foi-se diluindo, tornando-se o encontro mais dividido, mas aos 78 minutos, Cristiano Ronaldo esteve perto de bisar, aproveitando um erro defensivo adversário para se isolar. Contudo, a dois tempos, falhou o golo de forma pouco habitual, com Moris a brilhar a grande altura.
- Mas quem não falhou foi João Palhinha, aos 80 minutos. Na sua terceira internacionalização, o médio do Sporting acorreu a um canto de Pedro Neto da esquerda e, ao primeiro poste, desviou de cabeça para o 3-1, ao 20º remate português, 11º enquadrado. Estava praticamente decidida a partida e mais ficou quando, aos 86 minutos, o árbitro mostrou segundo amarelo a Maxime Chanot.
O melhor em campo GoalPoint
Titularidade e jogo de grande nível. Renato Sanches aproveitou a oportunidade para dizer a Fernando Santos que merece mais minutos. O médio do Lille empregou sempre uma energia acima da média, a defender, a atacar, a transportar a bola, a servir os seus colegas, a rematar. Renato foi mesmo o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.7, fruto de três disparos, dois enquadrados, três passes para finalização, quatro passes ofensivos valiosos, incríveis 98% de eficácia de passe, correspondendo a apenas um falhado em 65, mas também o segundo registo máximo de acções com bola (92), cinco acções com bola na área contrária e 11 recuperações de posse, máximo do encontro.
Jogadores em foco
- Anthony Moris 7.2 – Nem sempre a superioridade de Portugal foi avassaladora, mas quando conseguiu criar perigo, o guarda-redes luxemburguês esteve em plano de evidência. A turma lusa fez 20 remates, enquadrou 11 e Moris fez oito defesas, quatro a disparos na sua grande área, três a menos de oito metros.
- Nuno Mendes 6.7 – Segunda titularidade do lateral-esquerdo do Sporting e um excelente jogo. Nuno Mendes terminou com números de “graúdo”: dez recuperações de posse, 100 acções com bola (máximo), criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização e completou sete de nove tentativas de drible.
- Cristiano Ronaldo 6.3 – Pontos positivos e outros nem por isso na exibição do capitão luso. Cristiano fez um golo, o seu 103º pela Selecção, foi o mais rematador do jogo, com seis disparos, quatro enquadrados, somou oito acções com bola na área contrária e completou três de quatro tentativas de drible. Mas desperdiçou nada menos que três ocasiões flagrantes.
- Pedro Neto 6.1 – O extremo entrou perto do intervalo para o lugar do lesionado João Félix e teve um impacto muito positivo, assistindo logo para o 1-1. Terminou o jogo com duas assistências em dois passes para finalização, seis cruzamentos, dois deles eficazes, e quatro acções com bola na área contrária.
- João Palhinha 6.1 – A fiabilidade de Palhinha é a mesma na Selecção. Após estrear-se pela turma das “quinas”, o médio do Sporting aproveitou para estrear-se também a marcar, ao terceiro jogo. Nos 24 minutos que esteve em campo, destaque também para os 12 passes completos em 14.
- Diogo Jota 6.1 – O goleador de serviço de Portugal nestas primeiras partidas de apuramento. Em três jogos, três golos, todos de cabeça, o que não deixa de espantar dadas as características do atleta. Ao todo fez três remates, acertou uma vez na barra, e somou cinco acções com bola na área.
Resumo
// GoalPoint