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Síndrome de Lázaro: os estranhos casos de vida após a morte

A ideia de voltar à vida depois de, aparentemente, morrer não é necessariamente um assunto de mitos e lendas urbanas. O síndrome de Lázaro, documentado em dezenas de estudos, foi assim batizado em homenagem a um milagre no Novo Testamento, em que Jesus ressuscita Lázaro de Betânia 4 dias após a sua morte. 

De acordo com o IFL Science, o síndrome de Lázaro refere-se a um evento em que uma pessoa sofre uma paragem cardíaca e o coração é “reiniciado” espontaneamente pouco tempo depois.

Um estudo de 2020 passou a pente fino toda a literatura médica conhecida sobre este fenómeno e conseguiu encontrar 65 pacientes que tinham experimentado esta “ressuscitação automática” entre 1982 e 2018. Dezoito dessas pessoas (28%) conseguiram recuperar completamente.

O relato de um caso médico, de 2001, conta a história de um homem, de 66 anos, que teve uma paragem cardíaca com suspeita de derrame no aneurisma da aorta abdominal.

Depois de ter dado entrada no hospital, os médicos tentaram ressuscitá-lo durante 17 minutos, recorrendo a compressões torácicas e choques de desfibrilação. O homem não resistiu e acabou por ser declarado morto.

O ventilador foi desligado, mas o cirurgião permaneceu na sala com o paciente, aproveitando a oportunidade para dar uma aula a um grupo de alunos de Medicina.

Dez minutos depois, o médico sentiu a pulsação do paciente e chegou à conclusão de que o batimento cardíaco tinha sido retomado. O aneurisma foi tratado e o homem recuperou totalmente.

O síndrome de Lázaro levanta algumas questões fundamentais sobre as definições de morte. Na lei dos Estados Unidos, a morte é definida como “um indivíduo que sofreu interrupção irreversível das funções circulatórias e respiratórias ou interrupção irreversível de todas as funções do cérebro”.

Definir a morte costuma ser um método infalível, mas a cessação irreversível do coração nem sempre é cristalina. Às vezes, pode parecer que parou, apenas para regressar espontaneamente à vida.

No início deste ano, um estudo sublinhou que a morte pode ser um processo lento e errante.

Os cientistas analisaram os sinais vitais de mais de 600 pacientes gravemente doentes enquanto estavam a ser retirados do suporte vital. As conclusões revelaram que o coração pode parar e reiniciar várias vezes durante o processo, antes de parar totalmente para sempre.

ZAP //

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