As autoridades europeias apresentam na quarta-feira o “passaporte verde”, um certificado de saúde que visa facilitar as viagens dentro da União Europeia (UE) antes das férias de verão, anunciou este domingo o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton.
“Estamos a trabalhar para que isto seja feito antes de junho”, disse Thierry Breton no “Grand Rendez-vous” Europa 1-CNEWS-Les Echos, acrescentando ser essencial fazer tudo o que for possível para “preservar a temporada turística”.
Segundo o comissário europeu, “o passaporte verde” será “em formato eletrónico ou em papel”, para respeitar as pessoas que “não querem” colocar essas informações no seu ‘smartphone’, defendendo que “é um direito delas”.
O projeto de certificado, que será apresentado na quarta-feira, conterá informação “que indicará se uma pessoa foi vacinada contra a covid-19, se já recuperou [da doença], ou se teve resultado negativo no teste”, adiantou Thierry Breton, citado pela France Press.
A iniciativa já tinha sido apresentada no início do mês pela Comissão Europeia para permitir retomar as viagens em altura de pandemia de covid-19, comprovando a vacinação ou a recuperação da doença. A informação foi avançada pela presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, que garantiu, na altura, que o certificado “respeitará a proteção de dados, segurança e privacidade”.
A ideia de criar um certificado digital para permitir a retoma do setor das viagens e do turismo começou a ser abordada no início do ano.
Bruxelas considera “inaceitável” atrasos na entrega da vacina da AstraZeneca à UE
Thierry Breton considerou ainda neste domingo “inaceitável” os novos atrasos na entrega da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 à União Europeia.
“[Esta situação] é inaceitável para mim ou, em qualquer caso, incompreensível“, afirmou Thierry Breton, responsável pelos aspetos industriais da produção de vacinas, no “Grand Rendez-vous” Europa 1-CNEWS-Les Echos.
Para o comissário europeu, esta redução na entrega pode refletir “uma disfunção na cadeia logística”, recusando-se, no entanto, a considerar consequências legais. “Só porque estamos atrasados com a AstraZeneca não significa que vamos estar atrasados no nosso programa de vacinação do primeiro trimestre”, assegurou o comissário europeu.
O Grupo AstraZeneca anunciou no sábado novos atrasos na entrega da sua vacina contra a covid-19 à União Europeia, invocando restrições à exportação.
Perante as dificuldades de produção, o grupo decidiu utilizar as suas unidades de produção fora da União Europeia, mas “infelizmente, as restrições à exportação vão reduzir as entregas no primeiro trimestre” e “provavelmente” no segundo, segundo um porta-voz do grupo citado pela agência France Presse.
Muito criticada pelo ritmo lento das entregas na Europa e pelos atrasos do grupo AstraZeneca, a Comissão Europeia, que negociou os contratos em nome dos seus 27 Estados-Membros, espera um aumento das entregas no segundo trimestre.
Segundo a agência France Presse, as entregas podem atingir um ritmo médio de 100 milhões de doses por mês, de abril a junho, para todas as vacinas combinadas, ou seja, 300 milhões para todo o trimestre.
A AstraZeneca anunciou no final de janeiro que só poderia entregar 40 milhões de doses aos países da União Europeia no primeiro trimestre, dos 120 milhões que havia inicialmente prometido devido a dificuldades de fabrico numa fábrica belga.
Em 29 de janeiro, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) deu ‘luz verde’ à utilização da vacina da farmacêutica AstraZeneca contra a covid-19 na União Europeia, a terceira vacina a ser aprovada pelo regulador europeu.
ZAP // Lusa