Vários estudos têm demonstrado que algumas pessoas enfrentam as manhãs de forma naturalmente melhor, o que faz com que tenham um conjunto de diferenças cerebrais que as tornam mais felizes quando acordam.
Por outro lado, as “corujas da noite” (termo científico) são mais propensas a gostar da tarde e da noite, e a odiar a manhã, sendo menos felizes pela manhã.
A ciência diz que apesar de ser possível treinar a predisposição com que acordamos de manhã, ou melhorá-la com recurso a alguns estimulantes (como é o caso do café), certos conjuntos de genes – chamados cronótipos – ajudam a esta tendência.
No entanto, um novo estudo descobriu que os cronótipos podem ser ainda mais importantes do que se pensava. A pesquisa mostrou que estes genes estão diretamente ligados à quantidade de sono que uma pessoa pode dormir e ao seu desempenho no trabalho.
Segundo o IFL Science, para descobrir de que forma os cronótipos afetam o dia a dia das pessoas, uma equipa de investigadores analisou um grupo de mais de 12 mil pessoas.
Cada participante foi questionado sobre vários aspetos da sua vida, incluindo padrões de sono, saúde geral e hábitos de trabalho. A partir desses dados, cada indivíduo foi agrupado como uma pessoa da manhã (tipo M), uma pessoa da noite (tipo E), ou um cronótipo intermediário.
A maioria dos homens era do tipo M (46%) ou intermediário (44%), com apenas 10% a ser colocado no grupo do tipo E. Nas mulheres a tendência foi semelhante: 44% eram do tipo M, 44% intermediário e 12% do tipo E.
Quando comparadas ao tipo M, as pessoas do tipo E apresentaram resultados piores em aspetos muito diferentes da vida. Isto porque dormem menos e são mais propensas a serem solteiras e desempregadas.
Os cronótipos noturnos já foram anteriormente associados a indivíduos com problemas de saúde e com pouca capacidade de trabalho. Pelo contrário, pessoas que acordam bem de manhã são consideradas mais saudáveis e com maior produtividade no emprego.
Os especialistas sugerem que os cronótipos devem ser levados em consideração no planeamento dos horários de trabalho, para garantir uma melhoria na saúde e no desempenho dos funcionários.
Apesar dos vários estudos, continua a ser difícil descobrir os cronótipos genéticos, mas os investigadores acreditam que estes sejam hereditários.
O estudo foi publicado na revista Occupational and Environmental Medicine.