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Os tigres estão em risco e podem precisar de um “resgate genético”

(dr) Envato Elements

Os tigres estão sob ameaça e um novo estudo sugere que estes felinos podem precisar de um “resgate genético”. O acasalamento entre diferentes subespécies é uma opção.

Fragmentação do habitat, conflito entre humanos e vida selvagem, e caça ilegal são alguns dos problemas que põem em causa o futuro sustentável dos tigres, cujas populações mundiais estão em declínio e, com elas, também a sua diversidade genética, sugere um novo estudo.

Uma equipa de investigadores sequenciou 65 genomas de quatro subespécies de tigre para perceber o impacto destes problemas na sua diversidade genética. Os resultados mostram que existem fortes diferenças genéticas entre as diferentes subespécies, mas, surpreendentemente, estas surgiram há relativamente pouco tempo.

“O crescente domínio dos humanos em todo o mundo significa que a nossa compreensão de quais atributos de espécies e populações são mais adequados ao Antropocénico torna-se cada vez mais importante”, diz Elizabeth Hadly, professora de biologia ambiental da Universidade de Stanford, citada pelo portal Futurity.

O Antropocénico é um termo usado por alguns cientistas para descrever o período mais recente na história do planeta Terra.

Enquanto algumas populações estão bem adaptadas a um futuro dominado por humanos, outras nem tanto. Os resultados do estudo foram publicados na revista Molecular Biology and Evolution.

“A genómica de conservação está longe de ser uma ciência perfeita, mas este estudo feito com tigres sugere o poder da amostragem, adequada em toda a gama de espécies e do seu genoma”, acrescenta Hadly.

As subespécies de tigre começaram a exibir sinais de contrações significativas há cerca de 20 mil anos, altura que coincide com a transição da Idade do Gelo do Plistoceno e o aumento do domínio humano na Ásia, de onde a maioria das espécies são originárias.

Foram encontradas, por exemplo, adaptações genómicas a baixas temperaturas nos tigres-siberianos, que não se evidenciaram nas outras subespécies.

Apesar destas adaptações, tigres das populações estudadas têm baixa diversidade genética, sugerindo que se as populações continuarem a diminuir, o resgate genético pode precisar de ser considerado.

Uma forma pela qual o resgate genético pode ser necessário é através do acasalamento entre diferentes subespécies de tigre. Embora aumentar a diversidade genética seja um objetivo, outro pode ser selecionar as características que conferem maior sobrevivência num mundo em mudança, explica o Futurity.

Daniel Costa, ZAP //

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