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Rajoy debaixo de fogo. Antigo tesoureiro confessa que PP recebeu financiamento indevido

Populares de Cantabria / Flickr

O ex-presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy

Luis Bárcenas, antigo tesoureiro do Partido Popular (PP), garantiu à procuradoria que Mariano Rajoy “conhecia perfeitamente” o financiamento irregular.

O antigo tesoureiro da maior força da oposição em Espanha, o Partido Popular (PP), revelou detalhes sobre a rede de financiamento ilegal que o partido manteve durante mais de 25 anos, numa mensagem escrita dirigida às autoridades judiciais.

Luis Bárcenas oferece-se para colaborar com a Justiça e as suas revelações implicam altos dirigentes do PP, incluindo o anterior primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.

De acordo com o El Mundo, as confissões do ex-tesoureiro foram realizadas perante o Tribunal Nacional em 2013, mas só agora foram pormenorizadas numa carta.

Os nomes destacados são Mariano Rajoy, Dolores de Cospedal, Federico Trillo, Ángel Acebes, entre outras personalidades da política, que receberam “complementos salariais não declarados” feitos por empresários com contratos públicos em regiões administradas pelo Partido Popular.

“Estas entregas foram feitas pessoalmente pelo D. Álvaro Lapuerta (ex-tesoureiro do partido e chefe de Bárcenas) e às vezes por mim”, confessou Bárcenas, que, com estas denúncias, pretende obter benefícios penitenciários.

O ex-tesoureiro, que cumpre 29 anos de pena por ter lucrado pessoalmente com a “caixa B” do PP, disse ainda que “há uma gravação em poder de uma pessoa” na qual é possível ouvir uma conversa entre Lapuerta e esse indivíduo, alguém de “confiança” que sabia de tudo.

“Estas entregas de dinheiro eram feitas mensalmente a membros do PP, nas quais se mencionava expressamente Mariano Rajoy, entre outros”, referiu.

Bárcenas admitiu também que recebeu “várias pressões para ficar calado”, mas que decidiu falar depois de a sua mulher, Rosalía Iglesias, ter sido detida. Disse estar “ciente” do que estava a fazer, dado que tinha ordens para “retirar o dinheiro do cofre presente no [seu] escritório”.

Ao Expresso, o advogado de Bárcenas, Gustavo Galán, afirmou que o seu cliente “não quer ir contra o PP, mas contra determinadas pessoas que o defraudaram ou enganaram”.

ZAP //

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