Bruges é uma cidade na Bélgica mundialmente famosa e bastante conhecida pela sua arquitetura. A Basílica do Santo Sangue, um edifício católico romano, é um dos locais que mais se destaca, não só pela sua arquitetura, mas também pelas relíquias que esconde.
A pequena basílica, construída durante o século XII, era originalmente a capela dos Condes de Flandres, mas foi reconhecida como basílica menor durante o século XX. Contudo, o seu principal ponto de atração é uma relíquia que abriga – um pedaço de tecido que se acredita estar manchado com o sangue de Jesus.
A Basílica do Santo Sangue é constituída por duas capelas: a capela inferior também é conhecida como Capela de São Basílio, enquanto a capela superior é conhecida como Capela do Sangue Santo.
A Capela de São Basílio foi construída entre 1134 e 1149 em estilo românico por Thierry da Alsácia, o Conde de Flandres. De acordo com o site oficial da basílica, esta é a “única igreja em estilo românico da Flandres Ocidental”.
Além disso, foi construída para abrigar uma relíquia pertencente a São Basílio, o Grande, um Doutor da Igreja do século IV e Bispo de Cesareia Mazarca. A relíquia do Santo foi adquirida por Roberto II de Flandres, um dos líderes da Primeira Cruzada, que a trouxe para Bruges quando regressou à Europa, revela o Ancient Origins.
Embora a Capela do Sangue Santo tenha sido construída em estilo românico, foi posteriormente reconstruida em estilo gótico no final do século XV. Da original capela românica restam apenas os arcos curvos que dão acesso à capela lateral da Santa Cruz. Ao longo dos anos, vários outros estilos foram adicionados ao edifício.
A incrível relíquia da basílica
O destaque da Basílica do Santo Sangue é a relíquia que guarda. Segundo uma lenda, José de Arimatéia enxugou o sangue do corpo de Jesus com um pano na crucificação, transformando assim o objeto numa relíquia sagrada. José também é conhecido por ser o responsável por ter sepultado o corpo de Jesus, ou pela sua ligação ao Santo Graal.
A relíquia foi mantida em Jerusalém durante mais de um milénio, até a época da Segunda Cruzada. A história da relíquia é retratada no fresco inferior na parede atrás do altar principal da Capela do Sangue Sagrado.
A lenda diz que Thierry da Alsácia recebeu a relíquia do seu cunhado, Balduíno III, Rei de Jerusalém, como recompensa pela coragem que exibiu durante a cruzada. A relíquia terá chegado à sua nova casa em 1150.
Apesar da tradição, o documento mais antigo que a menciona em Bruges data de 1256. Graças ao manuscrito, começou-se a especular de que esta poderia ter chegado à cidade muito depois da Segunda Cruzada, mais especificamente, na época da Quarta Cruzada.
A relíquia é agora mantida num frasco de cristal, que está colocado num pequeno cilindro de vidro com uma coroa de ouro em cada extremidade, sendo que nenhum dos frascos foi aberto até aos dias de hoje.
O objeto é normalmente guardado na capela lateral da Santa Cruz dentro de um tabernáculo de prata com uma escultura que representa o Cordeiro de Deus.
Só é removido do local uma vez por ano, no Dia da Ascensão, para uma procissão pelas ruas de Bruges.
As manchas de sangue impressas no sudário de Turim, pertencem ao grupo sanguíneo AB. É uma questão de verificar se o sangue, se realmente for, que mancha a relíquia ou o pano é também do tipo AB. Se for, é uma hipótese muito forte a considerar.