(dr) Maikel H. G. Kuijpers
Os artefactos em forma de costela (Spangenbarren)
Os europeus da Idade do Bronze podem ter usado artefactos de várias formas como uma forma muito primitiva de moeda. Esses objetos podem até ter sido padronizados em termos de peso e tamanho para minimizar a probabilidade de serem roubados.
Não há evidências de que as primeiras pessoas da Idade do Bronze tivessem um meio preciso para distinguir massas, além do simples gesto de levantar um determinado objeto e tentar adivinhar o seu peso.
Num novo estudo, conta o site Science Alert, investigadores pediram a voluntários para agruparem objetos, de uma amostra de mais de cinco mil artefactos, de acordo com as suas massas, tendo de os pesar apenas com as mãos.
Cerca de 70% dos anéis de bronze estudados eram semelhantes (uma média de 195 gramas), logo, a diferença não era percetível quando pesada com as mãos. E certos objetos podiam ser agrupados devido à sua forma (em forma de costela e de machado).
A análise estatística dos artefactos em forma de costela sugeriu agrupamentos de itens mais pesados e mais leves, talvez refletindo dois níveis diferentes de valor – embora os resultados não fossem tão claros como eram com os anéis.
Tendo em consideração o facto de estes objetos serem geralmente encontrados em grandes grupos, os cientistas sugerem que possam ter sido, na verdade, uma forma muito primitiva de moeda.
“Os euros da pré-história surgiram na forma de anéis, costelas e machados. Estes artefactos do início da Idade do Bronze foram padronizados na sua forma e peso e usados como uma das primeiras formas de dinheiro“, afirmam os autores do estudo publicado, a 20 de janeiro, na revista científica PLOS ONE.
Os investigadores acreditam que estes sistemas ajudaram a impulsionar o desenvolvimento de pesos e escalas mais precisos para medir adequadamente uma determinada coisa e, portanto, saber quanto poderia valer.
“As origens do dinheiro e a formulação de sistemas coerentes de peso e medição estão entre os desenvolvimentos pré-históricos mais significativos do intelecto humano”, concluem os autores no seu artigo científico.
