Declínio cognitivo relacionado com a idade pode ser reversível

Cientistas conseguiram reverter em ratos o declínio cognitivo causado pelo envelhecimento. O objetivo dos investigadores é que as farmacêuticas baseiem-se neste estudo para criar um composto que possa ser administrado em humanos.

As células específicas do nosso sistema imunológico tornam-se progressivamente irritáveis à medida que envelhecemos. Reduzir esta inflamação pode abrandar o processo de envelhecimento e as condições de que deste derivam, como doenças cardiovasculares e Alzheimer.

Um estudo inovador de uma equipa de neurologistas da Universidade de Stanford garante ter descoberto que células imunitárias unilaterais tornam-se disfuncionais à medida que envelhecemos, levando ao declínio cognitivo, escreve o Tech Explorist.

Os cientistas culpam um conjunto de células imunitárias chamadas células mieloides, geralmente encontradas no cérebro, no sistema circulatório e nos tecidos periféricos do corpo. As suas funções começam a deteriorar-se à medida que envelhecemos, infligindo danos colaterais a tecidos inocentes no processo.

Para evitar isto, em ratos, bastou impedir a conexão de uma determina hormona e de um recetor abundante em células mieloides. Este bloqueio também reverteu o declínio mental relacionado com a idade em ratos mais velhos, restaurando as suas capacidades de memória e navegação aos níveis de ratos de mais jovens.

“Se você ajustar o sistema imunitário, pode rejuvenescer o cérebro. As nossas experiências em células humanas sugerem que um rejuvenescimento semelhante pode ser possível nas pessoas”, disse Katrin Andreasson, autor principal do estudo publicado esta semana na revista científica Nature.

No entanto, de momento, os compostos testados pelos cientistas para bloquear a conexão referida anteriormente apenas podem ser usados em ratos.

“Nenhum dos compostos é aprovado para uso humano e podem ter efeitos colaterais tóxicos, embora nenhum tenha sido observado em ratos. Eles fornecem um mapa para os fabricantes de medicamentos desenvolverem um composto que possa ser dado às pessoas”, acrescentou Andreasson.

Daniel Costa, ZAP //

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