Um projeto financiado pelos Estados Unidos (EUA), que utiliza satélites para rastrear e divulgar os níveis de água nas barragens chinesas no rio Mekong, foi lançado na segunda-feira, aumentando a rivalidade entre as duas potências.
A hidrovia de 4.350 quilómetros – conhecida como Lancang na China e que flui para o sul através de Myanmar, Laos, Tailândia, Camboja e Vietname – tornou-se um novo foco de fricção entre as duas nações, noticiou no domingo a Reuters.
Pequim rejeitou a pesquisa dos EUA, que afirma que as barragens chinesas retêm água em detrimento das outras nações, nas quais 60 milhões de pessoas dependem do rio para pesca e agricultura.
O Mekong Dam Monitor, parcialmente financiado pelo Departamento de Estado norte-americano, usa dados de satélites para rastrear os níveis de barragens na China e de outros países, quase em tempo real. Um indicador mostra quando as regiões estão mais húmidas ou mais secas que o normal, revelando o efeito das barragens nos fluxos naturais.
“O monitor fornece evidências de que as 11 das principais barragens da China são sofisticadamente orquestradas e operadas de forma a maximizar a produção de energia hidrelétrica para venda nas províncias orientais da China, sem considerar os impactos a jusante”, disse Brian Eyler da Stimson Center, empresa de medidores de água virtuais.
A China já havia criticado pesquisas anteriores, incluindo um estudo da Eyes on Earth – parte do projeto Mekong Dam Monitor – que revelava que, em 2019, o país reteve água enquanto outras nações na bacia do Mekong sofreram fortes secas.
“Os EUA não foram capazes de fornecer boas evidências”, indicou o Instituto de Engenharia de Energia Renovável da China, num relatório divulgada a 04 de dezembro. “Os benefícios positivos da energia hidrelétrica do rio Lancang nos vizinhos do Mekong são claros e óbvios”, apontou o documento, acrescentando que a água armazenada nos reservatórios durante a estação das cheias ajudou a prevenir inundações e secas.
A China concordou no início deste ano em partilhar os dados hídricos com a Comissão do Rio Mekong (MRC) – um órgão consultivo da Tailândia, Laos, Camboja e Vietname.
A China e os EUA estão em conflito no Mar do Sul da China, onde este último desafia a reivindicação de Pequim sobre a maior parte da hidrovia, um importante canal para o comércio, rico em recursos energéticos.
“A hidrovia de 4.350 quilómetros – conhecida como Lancang na China e que flui para o sul através de Myanmar, Laos, Tailândia, Camboja e Vietname – se tornou um novo foco de fricção entre as duas nações, noticiou no domingo a Reuters.”
Este “se tornou” é demasiado Português do Brasil, convenhamos.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.