França cria comité para dar nomes a ruas e estátuas

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Ludovic Marin / EPA

O Presidente de França, Emmanuel Macron

França criou um comité composto por quase 20 personalidades destinado a encontrar nomes para designar ruas e estátuas, anunciou este domingo o Ministério da Cidade.

Na sexta-feira, o Presidente Emmanuel Macron manifestara a intenção de “identificar 300 a 500 nomes até março”, graças ao “contributo coletivo” para que França atribuísse nomes a ruas e estátuas.

“Serão elaborados 400 ficheiros dedicados a personalidades – artistas, militares, desportistas, dirigentes associativos ou políticos – de bairros franceses conhecidos que espelhem a diversidade social e as diferentes vagas de emigração registadas em França durante o século XX”, precisou o Ministério.

Para dirigir o comité foi designado o historiador especialista em migrações Ivan Gastaud. O grupo de trabalho conta ainda com uma comissão científica com personalidades como a escritora e jornalista francesa nascida em Rabat Leila Slimani, o historiador Pascal Ory, Aissata Seck, uma das responsáveis da Fundação para a memória da Escravatura, e a jornalista e escritora Isabelle Giordano.

A criação do comité ocorre num contexto de polémicas registadas ao longo deste ano e que incidiram, sobretudo, sobre estátuas e memoriais que representam personalidades ligadas à colonização e/ou escravatura.

“Não serve de nada reescrever o passado”, disse a secretária de Estado para os Assuntos Urbanos, Nadia Hai, ao Sunday Journal. “Em vez disso, vamos escrever a página comum que nos unirá”, insistiu.

A iniciativa é também uma oportunidade para o governo passar uma mensagem em torno do tema da igualdade de oportunidades, que deve ser um dos eixos do projeto de lei contra o separatismo apresentado, na última quarta-feira, em Conselho de Ministros, cujos aspetos repressivos estão na ordem do dia.

“Nomear ruas, nomear novas estátuas, destacar personalidades, é uma forma de ver a nossa história na sua totalidade”, disse à rádio Europa 1 Stanislas Guerini, dirigente do partido no poder, A República em Marcha (LREM, na sigla original).

// Lusa

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