Um juiz da Pensilvânia decidiu hoje enviar para julgamento a pretensão da candidatura do republicano Donald Trump que pretende impedir as autoridades de certificar resultados eleitorais, alegando irregularidades.
Um juiz distrital dos EUA, Matthew Brann, disse aos advogados de campanha de Trump e às autoridades eleitorais estaduais da Pensilvânia que devem “estar preparados para discussões e questionamentos” no âmbito do processo, mantendo-o como válido.
A candidatura de Trump quer evitar a certificação dos resultados que dão ao presidente eleito, Joe Biden, os 20 votos do colégio eleitoral daquele estado, alegando que os processos eleitorais não foram uniformes em todo o território e estão feridos de diversas irregularidades.
O tribunal da Pensilvânia aceitou esta pretensão e decidiu que a matéria em apreço deverá ser julgada em tribunal, o que deverá atrasar a confirmação do resultado das eleições presidenciais neste estado.
A secretária de Estado da Pensilvânia, Kathy Boockvar, uma democrata, pediu que o processo fosse arquivado, argumentando que terão existido apenas, “na melhor das hipóteses, irregularidades normais”.
Apesar da maioria dos media norte-americanos já terem declarado Biden como vencedor das eleições presidenciais, Trump recusou conceder a derrota e está a bloquear os esforços do candidato democrata para uma transição de poder.
Ainda sem os resultados oficiais da Geórgia, onde os votos estão a ser recontados, Biden já tem 290 votos do colégio eleitoral, suficientes para evitar que uma eventual reviravolta da sua vitória na Pensilvânia coloque a sua eleição em causa.
A margem de Biden na Pensilvânia é de quase 70.000 votos e a maioria dos especialistas considera que os processos que Trump colocou na justiça não serão capazes de reverter o resultado final das eleições.
A candidatura de Trump alega várias irregularidades e problemas legais no processo eleitoral da Pensilvânia, incluindo problemas com assinaturas nos boletins de voto por correspondência, envelopes com marcas postais questionáveis ou mesmo erros na contagem de votos presenciais.
Para já, a equipa jurídica de Trump conseguiu apenas duas pequenas vitórias: num caso em que um tribunal permitiu que os seus observadores ficassem um pouco mais próximos dos funcionários eleitorais que processavam votos; noutro caso em que os condados da Pensilvânia foram obrigados a não contabilizar boletins de voto enviados por correio ou presenciais por antecipação que não tivessem uma identificação válida no prazo de seis dias após o dia das eleições (03 de novembro).
Muitas outras contestações legais apresentadas pela candidatura republicana foram rapidamente eliminadas ou rejeitadas por tribunais de vários estados, incluindo Wisconsin, Michigan, Pensilvânia e Geórgia, sem que tivessem sequer sido apresentadas justificações pelos juízes.
// Lusa