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Descoberta a mais longa sequência de supervulcões de todos os tempos

Esteban Biba / EPA

Os cientistas acreditam que esta “corrente transportadora” de magma, criada por mudanças no fundo do mar, disponibilizou espaço para a rocha derretida fluir durante milhões de anos.

Uma equipa de cientistas liderada por geólogos da Curtin University, na Austrália, descobriu que uma província vulcânica no Oceano Índico é a mais continuamente ativa do mundo, alimentada por uma “corrente transportadora” de magma em constante movimento.

De acordo com o SciTechDaily, as erupções ocorreram no sul do oceano Índico entre 122 milhões e 90 milhões de anos atrás, um período muito superior à duração máxima registada até agora, de um a cinco milhões de anos.

O fenómeno aconteceu no planalto de Kerguelen, um planalto quase três vezes maior do que o Japão e situado sob o sul do oceano Índico. Lá, acumulou-se uma grande quantidade de magma e lava, ou uma grande província ígnea. O fluxo durou 32 milhões de anos.

A equipa usou amostras de rochas negras basálticas retiradas do fundo do mar e aplicou um método de datação por isótopos de argão para determinar a propagação e ascensão da província ígnea, que se assentava no que é conhecido como pluma de manto, criada pelo magma ascendente.

Segundo os cálculos, o planalto de Kerguelen subiu anualmente cerca de 20 centímetros durante 30 anos. O estudo, publicado recentemente na Geology, sugere que este fenómeno ocorreu devido a uma pluma de manto cujos cumes de propagação lenta canalizaram o magma para cima.

“O vulcanismo durou muito tempo porque os magmas causados pela pluma do manto fluíam continuamente através das cristas do médio-oceano, que atuaram sucessivamente como um canal, ou como uma ‘corrente transportadora de magma’ durante mais de 30 milhões de anos”, explicou o geólogo Hugo Olierook.

Ao contrário de outros vulcões, cujo magma “entope” o resto do fluxo, a pluma assegura o derretimento prolongado do manto. “Encontrar esta longa e contínua atividade eruptiva é importante porque nos ajuda a entender que fatores podem controlar o início e o fim da atividade vulcânica”, sublinhou o geocronólogo Fred Jourdan.

“Acumulações extremamente grandes de rochas vulcânicas – conhecidas como grandes províncias vulcânicas – são muito interessantes para os cientistas, devido às suas ligações com extinções em massa, distúrbios climáticos rápidos e formação de depósitos de minério”, rematou Jiang.

ZAP //

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