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Robôs e humanos dão as mãos para revolucionar a arquitetura

Duas investigadoras da Universidade de Princeton, a arquiteta Stefana Parascho e a engenheira Sigrid Adriaenssens, sonhavam usar robôs para simplificar a construção, mesmo em formas complexas. Decidiram, então, unir-se à empresa Skidmore, Owings and Merrill (SOM) para criar uma instalação única que seria exposta em Londres, em março passado. 

O LightVault foi construído por dois robôs industriais que ergueram a abóbada de mais de dois metros, construída com 338 tijolos de vidro transparente. Eliminando a necessidade de formas ou andaimes durante a construção e melhorando a eficiência estrutural da abóbada ao torná-la duplamente curva, a instalação reduziu o uso de recursos.

O objetivo não é tentar substituir o trabalho humano, mas aumentar as possibilidades da arquitetura usando robôs para tarefas nas quais os seres humanos não são tão eficientes. Num cenário ideal em que os robôs complementam o trabalho humano, a construção robótica abre uma série de oportunidades de projeto e construção.

Os robôs são inerentemente bons na execução de movimentos precisos no espaço, ao contrário dos humanos. Aproveitando essa precisão, sobra mais tempo para os arquitetos se dedicarem ao design, destaca o EurekAlert.

Nesta criação, os dois robôs trabalharam juntos para montar o arco central da abóbada, sem qualquer andaime ou outro suporte. Assim que os robôs terminaram de construir o arco central juntos, passaram a trabalhar de forma independente, cada um construindo um lado da abóbada.

Para garantir a estabilidade da estrutura inacabada, os tijolos foram colocados de forma a que cada tijolo recém-colocado suportasse o próximo.

A intenção da equipa era clara, mas a implementação não foi tão simples. Criar a instalação a tempo da exibição foi um verdadeiro desafio com muitos imprevistos pelo meio, desde o planeamento de um sistema de conexão capaz de manter os tijolos de vidro no lugar até à identificação da sequência de construção correta para garantir a integridade estrutural da abóbada e controlar os movimentos imprevisíveis do braço robótico.

A equipa acabou por “aprender a respeitar as ‘personalidades’ dos robôs”. Apesar de ter sido dado um passo atrás no design pretendido, foi dado um passo à frente na colaboração humano-robô.

Mas o maior desafio de todos foi colocado pela pandemia de covid-19: com metade da equipa em Londres e a outra metade em casa, a construção teve de ser acelerada e concluída em metade do tempo inicialmente previsto.

O evento acabou por ser cancelado, mas os desafios que se atravessaram à frente da equipa provaram que os robôs são ferramentas viáveis para trabalhar numa situação em que o distanciamento social é uma imposição.

ZAP //

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