Em Amã, capital da Jordânia, é comum encontrar fotografias de Saddam Hussein em adesivos colados em automóveis ou adereços. O ex-ditador parece ser o protagonista de um história com duas versões: se é considerado um assassino por muitos, outros encaram-no como um herói.
Dezassete anos depois de os Estados Unidos terem invadido o Iraque pela segunda vez, e 14 anos depois da morte de Saddam Hussein, o rosto do antigo ditador ainda pode ser visto na vizinha Jordânia. Há até uma conta no Instagram dedicada a identificar a sua imagem na capital Amã.
A Jordânia é um país politicamente moderado e um importante aliado dos Estados Unidos. Perante esta proximidade, a contínua proeminência de Saddam Hussein pode ser uma surpresa, destaca o Atlas Obscura.
A popularidade de Saddam não parece depender do sexo ou da idade, e a verdade é que há muitos cidadãos a olharem para o líder com admiração.
Hala Al-Shwayat, uma jornalista de 23 anos ouvida pelo Atlas Obscura, disse que a personalidade de Saddam convenceu alguns jordanos de que era a única voz na região. “Algumas pessoas que frequentaram a escola comigo para obter o diploma de mestrado, olham para Saddam como uma espécie de herói.”
A popularidade de Saddam na Jordânia remonta a décadas. Segundo o analista iraquiano Mohammed Al-Waeli, Saddam fez questão de cortejar aqueles que não tiveram de passar pelo seu regime. “Ele tinha uma máquina de propaganda muito forte. Saddam realacionou-se com jornalistas árabes, atores e celebridades.”
As atividades internacionais de Saddam remontam a 1979, quando assumiu o poder pela primeira vez na Presidência do Iraque e procurou aliados que pudessem emprestar-lhe legitimidade. Na altura, ofereceu petróleo barato, educação e empregos para a Jordânia de maioria sunita.
Pressionado pelo influxo de refugiados palestinos e pela extrema necessidade de energia, o Governo da Jordânia cedeu e ganhou muito com o relacionamento próximo com o Iraque.
Depois da invasão dos Estados Unidos ao Iraque, o país caiu na violência e no caos, o que acabou por afetar a Jordânia. No país, muitos cidadãos interpretam estas lutas como um sinal de que Saddam foi responsável por manter a paz. “Havia algumas pessoas que consideravam Saddam como um símbolo de paz, especialmente as gerações mais jovens, que não tinham uma compreensão das atrocidades do ditador”, explicou Al-Waeli.
Na Jordânia, um país onde a guerra nos países vizinhos passou a parecer comum, é possível que as pessoas anseiem por uma paz que viram apenas pela metade.
Armas químicas ele não tinha, mas morreu por isso. (?)
O país com ele estava muito melhor, sem ele virou um caos. Ou não? Se há aqui heróis não serão os americanos, ou são? O Iraque não é uma colônia da América é um país com direito à sua independência. Há países por esse mundo fora onde os direitos das pessoas não são respeitados e as injustiças são gritantes mas estando os governos do lado da América, nenhumas vozes se levantam.
Fala-se da ocupação do Iraque sem que falem do crime que foi a ocupação do Iraque e as desgraças que com isso originou.
O maior crime de Saddam Hussein foi ter-se atrevido a enfrentar os americanos, e estar a preparar-se para que o petróleo deixasse de lhe ser pago em dólares lhes fosse pago em euros.
Foram os crimes pelo qual ele foi executado, ter desafiado a América e estar a preparar-se para comercializar o petróleo em euros.