/

Os narcisistas tendem a ser mais ativos politicamente

As pessoas com níveis mais elevados de narcisismo têm maior probabilidade de participar em atividades relacionadas com a política, sugere uma série de estudos levados a cabo nos Estados Unidos e na Dinamarca. 

Segundo os cientistas, as pessoas com características mais vincadas de egoísmo ou necessidade de admiração tendem a ser politicamente mais ativas do que o resto da população, tendo maior probabilidade de participar em eleições intermédias, em contactar com políticos, a doar dinheiro ou a assinar petições.

Peter Hatemi, professor de ciência política na Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, diz que estes resultados podem dar uma ideia de como e porque é que certos candidatos da esfera política são bem-sucedidos nas eleições.

“É difícil não pensar que aquelas que têm um alto nível de narcisismo e que participam no processo político parecem ter algum papel no estado atual da nossa democracia”, disse o professor, citado pelo portal de Ciência Futuriry.

“Se as pessoas que estão mais interessadas nos seus próprios ganhos e estado social participam mais nas eleições, podemos esperar que apareçam candidatos que reflitam os seus desejos – narcisismo gera narcisismo“, acrescentou.

De acordo com os cientistas, investigações anteriores mostraram que níveis mais altos de narcisismo estão ligados a comportamentos que podem ser nocivos para o funcionamento das democracias – por exemplo, ao mudar o foco da responsabilidade cívica para o interesse pessoal e gratificação de uma determinada pessoa.

Níveis mais elevados de narcisismo em público são também normalmente associados a mais conflitos e lutas cívicas, bem como a menos cooperação, cedências e perdão.

Pegando no exemplo político dos Estados Unidos, que brevemente vão votar nas eleições presidenciais, agendadas para o início de novembro, Hatemi diz que há mais pessoas que se estão a tornar politicamente mais ativas, mas frisa, contudo, que esta mobilização não está distribuída de forma igual entre os diferentes tipo de personalidades.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores analisaram uma série de dados.

Foram conduzidas duas investigações com representatividade nacional: uma nos Estados Unidos e outra na Dinamarca, com 500 e 2.450 participantes cada, respetivamente, havendo ainda em análise um terceiro com 2.280 participantes via Internet.

Os resultados da investigação foram recentemente publicados na revista científica especializada Society for Personality and Social Psychology.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.