O jardim da Casa-Museu Amália Rodrigues, em Lisboa, abre gratuitamente ao público na segunda-feira, numa cerimónia em que a Fundação Amália apresenta as renovadas instalações dos serviços de apoio.
“O jardim, onde Amália tantas vezes passeou, teve conversas com amigos e algumas festas, foi requalificado e passa a estar disponível, gratuitamente, para o público“, disse à Lusa o presidente da Fundação, João Aguiar.
“Procurámos ir ao encontro da vontade de Amália Rodrigues, consagrada no seu testamento, que era ter a sede da Fundação nesta casa, passando a estar dotada, graças a obras feitas, de meios para alojar os serviços administrativos e também de apoio aos milhares de visitantes que recebemos”, disse Aguiar.
Entre esses serviços de apoio ao visitante, estão “uma loja renovada, uma cafetaria, e uma nova recepção”.
João Aguiar ressalvou que “a sede sempre foi na casa, mas de forma provisória, pois não estavam reunidas todas as condições essenciais”.
O espaço requalificado, que corresponde à antiga garagem da residência, inclui ainda um espaço multiusos, uma sala de secretariado e outra para reuniões, adiantou o responsável.
A Casa-Museu, que “está integralmente como Amália a deixou, com as necessárias precauções de ser agora um museu”, recebe anualmente entre seis a oito mil visitantes.
Este ano foi “uma excepção, com menos visitas, pois, devido às obras de requalificação, esteve encerrada ao público durante quatro meses”.
Outro espaço da responsabilidade da Fundação instituída por vontade testamentária da fadista é a casa de veraneio no Brejão, no concelho de Odemira, que “foi requalificada e está aberta ao turismo de habitação”, afirmou.
A Casa-Museu Amália Rodrigues, no n.º 193 da rua de S. Bento, em Lisboa, onde viveu a criadora de “Carmencita”, abriu ao público em finais de Julho de 2001, no mesmo mês em que o corpo da fadista foi trasladado do cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional.
A casa mantém a mesma disposição, podendo os visitantes ver a sala de visitas, a de jantar, com a mesa posta, um quarto com os vestidos da fadista, a antecâmara e o quarto de dormir de Amália.
A sala de visitas, onde a fadista recebia amigos, jornalistas e muitos anónimos, mantém a disposição com pequenas alterações para facilitar a circulação dos visitantes. Ao centro, uma mesa com tampo de vidro, mostra as muitas condecorações com que a fadista foi agraciada, entre as quais, a Ordem de Sant’Iago e Espada.
Segue-se a sala de jantar com mesa posta, as pratas nos armários de apoio e as garrafas semi-cheias num carrinho de chá.
No andar superior, há um quarto onde se mostra os vestidos da fadista e uma antecâmara do quarto de dormir da artista.
Nesta divisão, entre outros objectos, destaca-se uma cómoda portuguesa do século XVIII, folheada a pau-santo, um oratório policromado da mesma época, onde figura Nossa Senhora do Carmo, de particular devoção da fadista, e o toucador onde se maquilhava.
Entre quadros, santos e “bibelots”, uma vitrina exibe alguns dos adereços usados pela fadista. Num armário perfilam-se sapatos e, numa gaveta entreaberta, alguns produtos de cosmética.
A decoração inclui retratos da criadora de “Maria Lisboa”, de autoria de pintores como Luís Pinto-Coelho, Maluda e Eduardo Malta, pratas e porcelanas Companhia das Índias, entre outros objectos.
Ao longo da visita, as pessoas são acompanhadas por fados e canções que Amália tornou célebres durante mais de 50 anos de carreira.
Amália da Piedade Rodrigues, fadista, cantora e actriz, considerada o exemplo máximo do fado, comummente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX, uornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.
/Lusa