Em Portugal, ninguém vendeu tanto como o SL Benfica neste milénio. João Félix, a venda mais valiosa da história do futebol português, permitiu às ‘águias’ destronar o FC Porto.
Apesar de estar progressivamente a melhorar ao longo dos anos, o futebol português ainda está longe de conseguir ombrear com as principais ligas europeias. Seja a nível desportivo ou financeiro, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França são os indiscutíveis ‘tubarões’ do futebol europeu.
Basta olhar para o ranking de coeficiente de clubes da UEFA. Por exemplo, a líder Espanha tem mais do dobro dos pontos de Portugal, que é sexto classificado.
Na esfera financeira, as dinâmicas são ligeiramente diferentes, mas Portugal mantém-se longe da luta de titãs. O campeonato inglês é o mais valioso, estando avaliado em 8,19 mil milhões de euros pelo portal Transfermarkt. Por sua vez, o campeonato português está cotado em 1,21 mil milhões.
Não só o valor de mercado total é consideravelmente mais baixo, como a discrepância entre equipas é muito mais acentuada. Em Portugal, o fosso entre ricos e pobres é um dos mais profundos das principais ligas europeias.
O plantel do SL Benfica, o melhor qualificado a nível de mercado, é 56 vezes mais valioso do que o plantel do CD Tondela. Olhando para o exemplo da Premier League, o plantel do Manchester City é ‘apenas’ 15 vezes mais valioso do que o do humilde West Bromwich Albion.
E mais: Se o West Brom competisse na Liga NOS, seria o quinto clube mais valioso, com um plantel avaliado em 69 milhões de euros.
Em Portugal, o dinheiro está fundamentalmente concentrado em três clubes: SL Benfica, FC Porto e Sporting CP. Sporting de Braga e Vitória SC bem se esforçam, mas os seus orçamentos estão longe de se equiparar aos dos chamados ‘três grandes’.
Esta disparidade de poderio financeiro espelha-se nas receitas conseguidas com transferências. Benfica, Porto e Sporting são três dos clubes mais vendedores do Velho Continente. Desde o início do milénio, faturaram quase 3 mil milhões de euros em vendas. Os dois emblemas minhotos contribuíram com uma fatia de pouco mais de 300 milhões de euros.
Mesmo no pódio dos ‘três grandes’, há uma diferença bem grande entre o terceiro e o segundo classificados. A receita do Sporting com transferências nos últimos 20 anos é cerca de metade daquela conseguida pelos seus rivais. Os ‘leões’ embolsaram 573,39 milhões de euros em vendas, enquanto os ‘dragões’ encaixaram 1.130 mil milhões e as ‘águias’ 1.162 mil milhões.
Benfica é o rei das vendas
É precisamente ao emblema da Luz que pertence a venda mais cara de sempre do futebol português. João Félix trocou o Benfica pelo Atlético de Madrid, por uma verba a rondar os 126 milhões de euros. Nunca antes um jogador tinha saído de Portugal por um valor de três dígitos.
Foi também na época passada que se assistiu às outras duas maiores vendas do futebol luso. Bruno Fernandes rumou ao Manchester United por 55 milhões de euros, enquanto o brasileiro Éder Militão foi para o Real Madrid por 50 milhões.
Desde muito cedo, os portistas destacaram-se como os mais vendedores em Portugal, superando por léguas os outros clubes. Esta foi uma tendência que se assistiu durante a maior parte do milénio.
Inicialmente, o Sporting chegou a ser líder, mas rapidamente foi ultrapassado. Esteve no segundo posto, mas a partir de 2006 perdeu o lugar para o Benfica e nunca mais o recuperou.
Os ‘verdes e brancos’ abrandaram muito desde a venda de Cristiano Ronaldo ao Manchester United, em 03/04. Nos dez anos que se seguiram, o Sporting só fez duas vendas acima da fasquia dos 10 milhões: Nani, por 25 milhões de euros, para o United; e João Moutinho, para o FC Porto, por 11 milhões.
A partir de 2016, o Benfica recuperou o fôlego. Nesse ano, faturou mais de 120 milhões de euros com as vendas de Renato Sanches, Gonçalo Guedes, Nico Gaitán e Hélder Costa, entre outros. Por outro lado, a veia vendedora dos portistas desapareceu momentaneamente.
Num ano atípico, os ‘dragões’ apenas geraram 15 milhões de euros em receitas com transferências. Desde 06/07 que o emblema nortenho não vendia tão pouco.
Entre as 100 maiores transferências do futebol português há uma tendência que ganha relevo. Praticamente todas as vendas são feitas para clubes estrangeiros, raramente havendo uma transferência significativa entre clubes portugueses. Para além do já referido João Moutinho, a outra exceção é Rafa Silva, que trocou o SC Braga pelo SL Benfica, em 16/17, por 16 milhões de euros.
O ranking é também predominantemente preenchido por negócios dos ‘três grandes’. O Braga conta com seis transferências na lista, com a saída de Trincão para o Barcelona, este verão, em claro destaque – é a 21.ª transferência mais cara do futebol português.
Vitória SC e Portimonense são os outros ‘intrusos’. Vimaranenses e algarvios têm uma transferência cada, ambas em anos recentes. Na época passada, Tapsoba foi vendido pelo emblema de Guimarães ao Bayer Leverkusen, por 18 milhões, enquanto Nakajima foi vendido por 35 milhões ao Al Duhail.
É enorme o Benfica. Em 1962 só havia na Europa dois clubes que tinham sido campeões europeus: Real Madrid e Benfica. Só por aqui se vê a dimensão do Glorioso!
O FCP é enorme. Em 1987 SÓ o FCP foi Campeão Europeu, mais ninguém.
O FCP é o 9º no ranking da UEFA acima do Manchester City 10º e do Arsenal 11º
Em 2020 o FCP ainda não vendeu nenhum jogador
Parabéns, conseguiram enfiar o barrete aos madrilenos!