Um homem provocou, esta terça-feira à noite, vários acidentes com o seu automóvel na estrada que atravessa Berlim, na Alemanha, provocando seis feridos, três deles com gravidade.
Este ato voluntário de provocar os acidentes ocorreu “por motivação islamita, de acordo com o atual estado da investigação”, disse um porta-voz do Ministério Público local à agência France-Presse.
O autor do acidente é um iraquiano, de 30 anos, que gritou “Allah Akbar” (“Alá é grande” em árabe) ao sair do veículo e que ameaçou fazer-se explodir, indica a AFP.
Segundo o porta-voz do procurador de Berlim, Martin Stelner, citado pelo semanário Expresso, estas declarações podem sugerir “um ato de motivação religiosa”. Mas a polícia alemã também está a considerar a possibilidade de o suspeito ter distúrbios mentais.
No seu carro, a polícia encontrou uma “velha caixa de munição”, mas um exame feito por equipas da polícia especializada mostrou que não continha nada perigoso.
Os investigadores não encontraram, até ao momento, qualquer evidência nesta fase da investigação que mostre que o suspeito fizesse parte de qualquer organização terrorista.
Estes acidentes provocaram seis feridos, três dos quais com gravidade, segundo um primeiro balanço feito pelas autoridades alemãs. O motorista de uma scooter é um dos feridos graves e teve de ser reanimado pelos serviços de emergência no local, segundo os meios de comunicação alemães.
O incidente obrigou ao encerramento da estrada nos dois sentidos, o que provocou longas filas de trânsito, durante várias horas, naquela que é um dos principais acessos à capital.
As autoridades alemãs estão em alerta para a ameaça terrorista de cunho islamita que pesa sobre o país, especialmente desde um ataque com um camião, reivindicado pelo Estado Islâmico, que matou 12 pessoas, em dezembro de 2016, na capital.
Desde 2013, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha quintuplicou, chegando atualmente a 680. O número de salafistas é estimado em cerca de 11 mil, o dobro de 2013.
A chanceler alemã, Angela Merkel, tem sido frequentemente acusada, especialmente pela extrema-direita, de ter contribuído para esses ataques ao abrir as fronteiras do seu país a centenas de milhares de refugiados e migrantes, em 2015.
ZAP // Lusa