Dois terços das conhecidas colónias de pinguins da Antártida estão em risco de ver as suas populações desaparecerem para mais de metade, adverte um novo estudo, publicado este domingo na revista Nature.
Imagine que a terra sobre a qual decidiu construir a sua casa começa a desaparecer… Os pinguins-imperador protagonistas dos filmes “A Marcha dos Pinguins” e “Happy Feet” – estão a viver essa mesma experiência, ao verem derreter o seu habitat. Tudo devido às transformações causadas pelas mudanças climáticas que, de acordo com os autores do estudo, representam uma ameaça tão grave que colocará a espécie em vias de extinção.
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Stephanie Jenouvrier, bióloga do Instituto Oceanográfico Woods Hole
Com as temperaturas a subirem drasticamente, o gelo está a derreter o que causa a redução da oferta de krill – pequenos crustáceos, semelhantes ao camarão, que povoam o mar da Antártida e são a principal fonte de alimento dos pinguins-imperadores. Os krill jovens alimentam-se de algas que vivem no gelo; sem o gelo tendem a desaparecer; e sem algas não há krill.
Conduzido por Stephanie Jenouvrier, bióloga do Instituto Oceanográfico Woods Hole, o estudo, que usa dados demográficos, é o primeiro a projectar a perspectiva de longo prazo para os maiores pinguins do mundo, visando preencher uma lacuna na compreensão das alterações climáticas e da vida selvagem numa das zonas mais remotas do planeta.
Em entrevista ao The Telegraph, a investigadora propõe que áreas de proteção marinha sejam criadas para conservar a espécie. «O pinguim- imperador pode actuar como um exemplo emblemático de um novo paradigma de conservação global de espécies ameaçadas por futuras mudanças climáticas», observou Jenouvrier.
Esta espécie é a maior pertencente à família dos pinguins. Os adultos podem atingir 1,22 m de altura e pesar até 37 kg. Vivem em média 20 anos e mantêm relações de monogamia em série, tendo apenas um parceiro por ano. A sua espécie está estimada em cerca de 600.000 aves.
CG, ZAP
