Um autorretrato de Rembrandt foi hoje vendido por 14,5 milhões de libras (16 milhões de euros) num leilão virtual da Sotheby’s, um novo recorde para um autorretrato do pintor holandês.
A Sotheby’s informou que o “Autorretrato Usando um Colar e Chapéu Preto”, de 1632, recebeu seis licitações. O último autorretrato de Rembrandt a aparecer em leilão foi vendido em 2003, por 6,9 milhões de libras esterlinas.
O quadro hoje vendido é um dos únicos três autorretratos do pintor que se encontram nas mãos de privados. A venda fez parte de um leilão ‘online’ com obras que abrangem cinco séculos de história da arte, de Rembrandt a Picasso, Joan Miró e Banksy.
“Com a mudança do calendário mundial de arte global, também nós aproveitámos a oportunidade para fazer as coisas de forma diferente”, disse a presidente da Sotheby’s Europe, Helena Newman. O leilão serve para “uma nova geração de colecionadores [que] mostram menor preocupação com as categorias do mercado de arte tradicional do passado”, acrescentou.
Entre as pinturas mais valiosas incluem-se “Peinture (Femme au Chapeau Rouge)” (“Mulher de Chapéu Vermelho”), de Miró, datada de 1927, com um valor de venda estimado entre os 20 milhões e os 30 milhões de libras.
O leilão inclui também um tríptico de Banksy, chamado “Vista do Mar Mediterrâneo”, pintado em 2017. Apresentado em elaboradas molduras tradicionais, tem desenhado coletes salva-vidas cor de laranja e alude às vidas perdidas no mar, durante a crise da imigração europeia.
As receitas das três pinturas de Banksy, que se espera venham a arrecadar entre um milhão e um milhão e meio de libras, destinam-se a angariar dinheiro para um hospital para crianças, em Belém, na Cisjordânia.
Desde a sua criação, em 2017, o tríptico foi exibido em Belém, na Cisjordânia, no hotel The Walled Off, inaugurado pelo próprio artista, onde todos os quartos estão virados para o muro de separação da Palestina, construído por Israel.
A Sotheby’s London adianta que cerca de dois terços das obras à venda nunca tinham estado antes em leilão. Entre as restantes obras, a maioria tinha estado fora do mercado durante duas décadas.
// Lusa