A polícia da ilha italiana da Sicília acredita ter resolvido um misterioso assassinato, ocorrido em 1909 e atribuído à máfia.
Joe Petrosino, um agente da polícia de Nova Iorque, foi morto durante uma missão de investigação na ilha.
A solução para o mistério da identidade do assassino resultou da prisão, recentemente, de 95 suspeitos de pertencerem a dois clãs envolvidos em casos de extorsão na capital siciliana, Palermo.
Segundo a polícia, numa gravação, um dos detidos é ouvido a vangloriar-se de que o tio do seu pai tinha sido o autor do assassinato
O detido, Domenico Palazzotto, foi ouvido a gritar a um colega que “o tio do meu pai, chamado Paolo Palazzotto, matou o polícia de Palermo, às ordens de Cascio Ferro”.
Don Vito Cascio Ferro foi o chefe da máfia Cosa Nostra, cujas operações se estenderam, no início do século XX, da Sicília aos Estados Unidos.
Apesar de Cascio Ferro e o próprio Paolo Palazzotto terem sido detidos após o assassinato, foram libertados por falta de provas.
Ninguém chegou a ser condenado pela morte de Petrosino.
Assassinato
O assassinato de Petrosino, a 12 de março de 1909, chocou Nova York, conta o correspondente da BBC em Roma, Alan Johnston.
Descrito pelo FBI como um dos primeiros detetives de Nova York a lutar contra o crime organizado, no início do século XX, Petrosino era um imigrante italiano que combatia esquemas de extorsão envolvendo criminosos sicilianos e italianos em diversas cidades americanas.
Petrosino ter-se-á disfarçado de pedinte cego, agente sanitário e inspector de saúde. Mas, durante uma missão secreta na Sicília, foi baleado quatro vezes na rua, enquanto aguardava um suposto informador.
O ataque foi testemunhado por um grupo de pessoas que esperavam numa paragem de eléctrico.
ZAP / BBC