O FC Porto deu um passo importante rumo ao título. Na visita ao Paços de Ferreira, os “dragões” marcaram muito cedo, logo aos sete minutos, e aguentaram a vantagem de 1-0 com competência, num jogo pobre, de muita luta, duetos aéreos, poucas oportunidades de golo e raras jogadas de qualidade.
Chancel Mbemba foi o herói da partida, ao facturar o único tento do desafio, com o Paços a pressionar em busca do empate, mas sem conseguir entrar com regularidade na área contrária. Este foi o quarto jogo consecutivo dos “dragões” sem sofrerem golos.
O jogo explicado em números
- Porto quase na máxima força na Mata Real, apenas sem o lesionado Iván Marcano, e sem o castigado Sérgio Oliveira, à espreita de aumentar para seis os pontos de vantagem sobre o Benfica – que perdeu na Madeira. Uribe começou o jogo de início, tal como Danilo Pereira, com Jesús Corona na esquerda do meio-campo, no lugar de Luis Díaz, e Wilson Manafá no lugar de Tomás Esteves.
- E tudo começou bem para o “dragão”. Logo aos sete minutos, canto da direita, Ricardo Ribeiro não conseguiu afastar com uma palmada e a bola chegou aos pés de Chancel Mbemba, que foi mais lesto e rematou de pronto, para o 1-0. Desde 2014 que o Porto não marcava na “Capital do Móvel”, e desta feita fê-lo logo no primeiro remate do jogo.
- No primeiro quarto-de-hora o domínio foi portista, como se esperava, com 65% de posse de bola. No remate é que as coisas estavam equilibradas, com um para cada lado, embora o Paços sem conseguir enquadrar o seu. Também no passe os comandados de Pêpa não estavam muito bem, não passando de 67% de eficácia.
- Jogo muito disputado a meio-campo (44,2%) à passagem da meia-hora de jogo, com as duas formações a sentirem dificuldades para entrarem nas áreas contrárias. Nesta fase, cada uma somava apenas duas acções com bola nessas zonas do terreno, uma delas que deu golo para o Porto. Os da casa já haviam reequilibrado as operações, chegando aos 45% de posse e somando mais um remate (2-1), mas ainda sem pontaria.
- Luiz Carlos, do Paços, com dois dribles eficazes e três desarmes, registava o rating mais alto do jogo nesta fase, ainda assim modestos 5.7. O melhor portista era Mbemba, pelo golo, mas também pelos três duelos aéreos defensivos ganhos. Mas o jogo estava a arrastar-se, com o Paços a tentar reagir, mas a esbarrar com a habitual solidez portista.
- Intervalo Jogo longe de bem jogado na Mata Real, com um golo bem cedo, logo aos sete minutos, e para o Porto, por Mbemba, no primeiro remate do desafio. A partir daí o Paços tentou reagir e até chegou ao intervalo com mais um remate que os líderes isolados da Liga, mas raramente criou perigo. O melhor em campo nesta primeira metade acabou por ser Danilo Pereira, com um GoalPoint Rating de 6.2. O “trinco” portista ganhou os dois duelos aéreos em que participou e somou sete acções defensivas, entre elas três desarmes.
- A partida não melhorou no primeiro quarto-de-hora do segundo tempo, apenas mudou um pouco a tendência, com o Paços a assumir mais as despesas ofensivas e a registar 58% de posse de bola. As duas formações só fizeram dois remates cada desde o descanso e só o Porto somava um enquadrado.
- A pressão dos “castores” ia-se intensificando, entrando numa fase de vários cantos a favor. E na sequência de uma jogada de insistência, aos 66 minutos, Luiz Carlos, num remate acrobático, obrigou Agustín Marchesín a defesa apertada. O jogo era dos homens da casa, que chegaram aos 70 minutos com 67% de posse desde o descanso e cinco remates, um enquadrado.
- Na melhor fase dos anfitriões, aos 77 minutos, o recém-entrado Luiz Díaz, isolado, não conseguiu desfeitear o guarda-redes Ricardo Ribeiro, no primeiro disparo visitante desde os 59 minutos. O Porto dava mostras de poder causar dano a um Paços adiantado no terreno e à procura do golo. Mas a qualidade de jogo também não imperada para os lados do “dragão”.
- Marchesín voltou a salvar o Porto aos 86 minutos, com uma grande estirada a desviar com a ponta dos dedos um remate de Jorge Silva que ia direito às redes portistas. O Paços tentava desesperadamente chegar ao empate, mas os “azuis-e-brancos” mantinham-se coesos e ser dar mostras de vacilar, limitando a três as acções com bola dos pacenses na sua grande área.
O melhor em campo GoalPoint
A prova provada de que o Porto está, aos poucos, a entrar na sua normalidade é o facto de Alex Telles ter sido o melhor em campo. Desta vez o lateral brasileiro não marcou nem assistiu, mas terminou a partida com um GoalPoint Rating de 6.4, com dois de três duelos aéreos ofensivos ganhos, cinco recuperações de posse e nove acções defensivas, com destaque para três intercepções. Este foi, essencialmente, um jogo de luta, e Telles não fugiu à responsabilidade.
Jogadores em foco
- Danilo Pereira 6.3 – O melhor da primeira parte. O “trinco” luso esteve muito bem no processo defensivo, com três desarmes e três duelos aéreos ganhos em quatro. Ofensivamente esteve discreto, como toda a equipa portista, aliás.
- Luiz Carlos 6.0 – O melhor elemento do Paços, na luta, a defender, a integrar-se nas acções ofensivas. O brasileiro somou três desarmes, recuperou cinco vezes a bola, somou apenas três perdas em 39 posses, completou as duas tentativas de drible e esteve nas melhores ocasiões da sua equipa. Desperdiçou mesmo uma ocasião flagrante.
- Pedrinho 6.0 – A energia e criatividade do médio luso estão sempre presentes no futebol dos “castores”. Pedrinho fez três remates, todos de fora da área, todos desenquadrados, criou a ocasião flagrante desperdiçada por Luiz Carlos e também fez três desarmes.
- Wilson Manafá 5.9 – Na lateral direita, no lugar de Tomás Esteves, Wilson esteve muito interventivo no apoio ofensivo, tentando sempre ser o primeiro a transportar jogo para a frente. Tentou por oito vezes o drible e teve sucesso em cinco (máximos do jogo), recuperou sete vezes a bola, mas pecou com três perdas de posse no terço defensivo.
- Otávio Monteiro 5.9 – O criativo portista criou uma ocasião flagrante, a tal desperdiçada por Luiz Díaz, e esteve muito activo, tendo sofrido quatro faltas, duas em zonas de perigo.
- Chancel Mbemba 5.8 – O central marcou o único golo do jogo, de resto, teve de se entregar a tarefas defensivas. Para além de quatro alívios, Mbemba participou em sete duelos aéreos defensivos, tendo ganho seis.
// GoalPoint