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Cientistas resolvem mistério da crosta que desaparece nas profundezas da Terra

Caroline McNiel / National MagLab

Uma equipa de geoquímicos da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, encontrou novas evidências de que a Terra produz constantemente crosta desde a sua formação.

Muitos dos fenómenos que acontecem por baixo da crosta terrestre permanecem um mistério, incluindo o destino das secções que retornam às camadas mais profundas da Terra.

Recentemente, uma equipa de geoquímicos da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, descobriu pistas importantes que podem levar à resolução do mistério das rochas escondidas.

No novo estudo, publicado no dia 26 de junho na Science Advances, os investigadores indicam que, apesar de a maior parte da crosta terrestre ser relativamente nova, uma pequena percentagem é constituída por pedaços antigos que podem ter “afundado” no manto. Mais tarde, podem ter reemergido.

Com base na quantidade de crosta “reciclada”, os cientistas concluíram que o planeta tem “sacudido” consistentemente a crosta desde a sua formação, há 4,5 mil milhões de anos. Segundo o Phys, esta descoberta contradiz as teorias dominantes.

“Da mesma maneira que o salmão volta para desovar no local onde nasceu, alguma crosta oceânica retorna ao seu local original, as cristas vulcânicas [submarinas], onde a crosta fresca nasce”, explicou o co-autor Munir Humayun. “Utilizamos uma nova técnica para mostrar que este processo é essencialmente um circuito fechado, e que a crosta reciclada é distribuída de forma desigual ao longo dos cumes.”

A crosta oceânica da Terra é formada quando a rocha do manto derrete perto das fissuras entre placas tectónicas ao longo de cumes vulcânicos submarinos, produzindo basalto.

À medida que se forma a nova crosta, esta empurra a crosta mais antiga para longe dos cumes, em direção aos continentes, atingindo as denominadas zonas de subducção. Neste processo, ela é empurrada sob outra placa e “engolida”, regressando às camadas inferiores da Terra.

Para esclarecer o mistério da crosta desaparecida, a equipa da universidade norte-americana analisou quimicamente 500 amostras de basalto recolhidas em 30 regiões de cumes oceânicos. Os cientistas descobriram que as proporções relativas de germânio e silício eram menores em derretimentos de crosta “reciclada” do que no basalto “virgem” que emergia da rocha derretida do manto.

Através de uma nova técnica, com recurso a um espectrómetro de massa, os geoquímicos lograram identificar uma impressão digital química distinta para a crosta subduzida.

A equipa detetou taxas mais baixas de germânio e silício em basaltos enriquecidos – a impressão digital química de crosta reciclada – em todas as regiões onde recolheram amostras, resolvendo, assim, o mistério da crosta que desaparecia.

De acordo com a investigação, cerca de 5 a 6% do manto da Terra é feito de crosta reciclada. “As taxas de formação de crosta podem não ter sido radicalmente diferentes do que são hoje”, rematou Humayun.

ZAP //

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