/

Lagostas produzem sons que podem ser ouvidos até três quilómetros de distância

Michael Wolf / Wikimedia

Lagosta da espécie Palinurus elephas

Cientistas descobriram que os sons produzidos pelas lagostas da espécie Palinurus elephas podem ser detetados até quase três quilómetros de distância.

De acordo com a revista Newsweek, estas lagostas – Palinurus elephas – emitem sons estridentes ao esfregar as bases das suas antenas, não só para fins de comunicação como também para afastar predadores.

Para perceber melhor estes barulhos, uma equipa de cientistas gravou mais de 1500 sons produzidos por 24 lagostas na Baía de Saint Anne du Portzic, em França, através de hidrofones localizados a distâncias entre 0,5 e 100 metros dos crustáceos, que tinham diferentes tamanhos.

Segundo o estudo publicado, esta quinta-feira, na revista científica Scientific Reports, os sons produzidos pelas lagostas mais pequenas só podiam ser gravados a distâncias de até 50 metros. No entanto, os espécimes maiores produziram sons detetáveis a uma distância de cerca de 100 metros.

Ao examinar como a intensidade do som diminuiu ao longo da distância, e tendo em conta os altos níveis de ruído nas águas da baía, os cientistas estimaram que os sons produzidos pelos animais de maior dimensão poderiam ser detetados até 400 metros de distância.

Além disso, a equipa sugere que os crustáceos maiores – aqueles com mais de 13 centímetros de comprimento – provavelmente produzem sons que podem ser detetados até três quilómetros sob diferentes condições como, por exemplo, em águas com níveis de ruído ambiente mais baixos do que o desta baía.

Estas lagostas, geralmente encontradas nas costas do Mediterrâneo, estão entre os crustáceos mais valorizados do mercado, podendo ser vendidas por preços que vão dos 40 aos 120 euros por quilo.

Precisamente por esse motivo, décadas de pesca intensiva contribuíram para um considerável declínio da população desde os anos 70, levando a que este animal seja classificado como “Vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.