Na Inglaterra e no País de Gales forçar alguém a casar-se é a partir de hoje passível de uma condenação a sete anos de prisão, com a entrada em vigor de uma nova lei.
A legislação considera um crime forçar um cidadão britânico a casar-se, mesmo que tal aconteça fora do território nacional, dando resposta aos casos de muitos jovens que são levados para o estrangeiro para casar, sobretudo para o Paquistão, Índia e Bangladesh.
Perto de dois terços dos casos tratados pelo organismo governamental encarregado da questão, a Forced Marriage Unit (FMU), dizem respeito às comunidades do sul da Ásia.
Os activistas congratularam-se com a nova legislação, que consideram “um enorme passo em frente”, esperando o governo que ela possa proteger as potenciais vítimas.
“Os casamentos forçados são uma tragédia para cada uma das vítimas e a sua natureza leva a que muitos casos não sejam conhecidos”, disse a ministra do Interior britânica, Theresa May.
“A criminalização, a partir de hoje, é mais um passo dado por este governo para garantir que as vítimas são protegidas pela lei e que têm a confiança, a segurança e a liberdade para escolher”, adiantou.
A exposição dos casamentos forçados tem vindo a aumentar na última década. O ano passado a FMU tratou de 1.300 casos, 18 dos quais de homens.
Quarenta por cento das vítimas tinham até 17 anos, três quartos tinham menos de 22.
Os casos envolviam 74 países diferentes, embora 43 por cento estivessem ligados ao Paquistão, 11 por cento à Índia e 10 por cento ao Bangladesh.
Outros países com numerosos casos incluem o Afeganistão, Somália, Iraque, Nigéria, Arábia Saudita, Iémen, Irão e Tunísia.
/Lusa