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10 anos depois, Luz, Alvalade e Dragão são as estrelas no meio de tantos “fantasmas”

moacirpdsp / Flickr

Estádio do Beira-Mar, em Aveiro

Os estádios da Luz, de Alvalade e do Dragão destacam-se uma década depois do Euro 2004 de futebol, enquanto quase metade dos outros recintos praticamente desapareceu.

Ao todo, os 10 estádios construídos ou remodelados para o Euro 2004 – em Lisboa (2), Porto (2), Coimbra, Braga, Guimarães, Aveiro, Leiria e Faro – custaram 665 milhões de euros.

Estrelas de Lisboa

Mais de dez anos depois de ter sido inaugurado, a 25 de outubro de 2003, o novo Estádio do Luz ganhou destaque no futebol nacional e internacional, não só como sendo a casa do Benfica, mas também por sido cenário dos momentos mais importantes da seleção portuguesa.

Ao todo, o recinto lisboeta já ultrapassou a marca dos 11 milhões de espectadores, alcançada no ano passado, e tem uma média de assistências que ronda os 30 mil adeptos.

Desde que recebeu a final do Euro 2004, de má memória para as cores nacionais, o Estádio da Luz juntou ao seu palmarés vários jogos decisivos de Portugal, incluindo frente à Bósnia-Herzegovina e Suécia, dos play-offs de acesso para o Euro 2012 e para o Mundial 2014, respetivamente.

A 24 de maio deste ano, a Luz foi o centro do mundo do futebol durante pouco mais de 120 minutos, quando recebeu a final da Liga dos Campeões, disputada entre Real e Atlético Madrid. Portugal não recebia a final da mais importante competição europeia de clubes desde 1967, na altura disputada no Estádio Nacional.

Inaugurado poucos meses antes do seu rival, em agosto, o novo Estádio José Alvalade, igualmente conhecido como Alvalade XXI, também ganhou importância a nível nacional, como residência do Sporting, e recebeu alguns jogos de Portugal.

Em 2005, foi o anfitrião da final da Taça UEFA num ano em que, coincidentemente, o Sporting se apurou para esse jogo, mas que acabou derrotado pelo CSKA Moscovo.

Quantos aos números, já cerca de seis milhões de adeptos passaram pelas bancadas do Estádio José Alvalade, que apresenta uma média de espetadores a rondar os 20 mil.

Ao norte e ao centro

O Estádio do Dragão, casa do FC Porto e palco do jogo de abertura do Euro 2004, não teve ainda direito a uma final europeia, mas desde a sua inauguração, a 16 de novembro de 2003, recebeu mais de nove milhões espectadores, o que dá uma média superior a 30 mil por encontro.

Palco onde o FC Porto já festejou oito títulos de campeão nacional, o Dragão tem a particularidade de ter acolhido a estreia do argentino Lionel Messi, então com 16 anos, com as cores do FC Barcelona, clube convidado para a inauguração.

Além dos recintos dos três grandes, os estádios de Coimbra, Braga e Guimarães também se mantiveram na lista dos principais palcos do futebol português, embora com números bem distantes.

Por exemplo, o Estádio D. Afonso Henriques, casa do Vitória de Guimarães, recebeu até hoje 267 jogos e um total de dois milhões e meio de espectadores.

Estrelas apagadas

Contudo, nem todos os estádios que apareceram e cresceram para receber o Euro 2004 tiveram vida fácil depois do evento, servindo alguns mesmo de palco para jogos da II Liga e até dos campeonatos amadores.

É o caso do Estádio do Bessa que, devido aos castigos aplicados ao Boavista, desde 2008 está completamente afastado das principais decisões do futebol nacional.

Contudo, depois de seis anos a receber jogos da II Divisão, agora Campeonato Nacional de Seniores, com assistências que grande parte das vezes nem alcançavam os quatro dígitos, o Bessa vai regressar à I Liga, agora com um relvado sintético.

Caso semelhante é também o Estádio Municipal de Aveiro, casa do Beira-Mar, clube que milita na II Liga, que tem capacidade para 30 mil pessoas mas no ano passado teve, por exemplo, uma média de apenas 720 espectadores por jogo.

O recinto aveirense recebeu durante toda a temporada (2013/14), nos 21 jogos que foram disputados, um total de 15 mil espectadores, ou seja, metade da sua lotação.

Também vítima de um castigo imposto à União de Leiria, o Estádio Magalhães Pessoa, na cidade do Lis, aparece perdido no Campeonato Nacional de Seniores, mas, mesmo quando servia de palco para a I Liga, ficava sempre muito longe de lotar os 23 mil lugares disponíveis.

Na sua última época no escalão principal, em 2011/12, a União de Leiria levou ao estádio uma média de 2 mil espectadores e, ao todo, recebeu 33 mil visitas durante todo o ano.

Por não hospedar nenhum clube, o Estádio Algarve foi um dos recintos que levantou mais polémica na altura da sua construção e acaba por ter uma situação única em relação aos outros.

Na última década, já serviu de casa emprestada de quatro clubes da região (Louletano, Farense, Portimonense e Olhanense), mas ficou sempre longe de alcançar a lotação máxima de 30 mil espetadores.

Prova disso aconteceu no final da última temporada, em que serviu de casa do Olhanense, tendo registado uma média escassa de 2.582 espectadores por jogo e um total de 34 mil em todo o 2013/2014.

Futebol365 / Lusa

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