A nova cláusula é vista como uma referência indireta à devolução dos famosos mármores do Pártenon, que a Grécia disputa com o Reino Unido.
Na mais recente lista de exigências da União Europeia para as negociações com o Reino Unido, na sequência do Brexit, consta uma cláusula sobre o “o retorno e a restituição de objetos culturais ilegalmente retirados aos seus países de origem”, cita o jornal Público.
De acordo com o diário, esta é uma cláusula que pode ser vista como referência indireta aos Mármores de Elgin, também conhecidos como Mármores do Pártenon, que se encontram no Museu Britânico de Londres, e que há bastante tempo estão em disputa entre gregos e britânicos.
As esculturas foram retiradas pelo embaixador da corte britânica em Istambul, Lord Elgin, no início do século XIX, quando a Grécia ainda estava sob o domínio turco otomano.
Stelios Petsas, porta-voz do Governo grego, negou esta situação, mas admitiu que o Executivo vai “continuar a exigir a sua devolução” e, por isso, se puder aproveitar as negociações sobre o pós-Brexit, vai “estudar essa possibilidade a seu tempo”.
À agência Reuters, que teve acesso ao rascunho, um diplomata da União Europeia revelou que a frase em questão foi adicionada a pedido da Grécia, com o apoio de Itália. Outra fonte, que não quis ser identificada, disse que também reúne o apoio do Chipre e de Espanha.
No dia 1 de fevereiro, o Reino Unido colocou um ponto final nos seus 47 anos de União Europeia, entrando num período de transição, até ao fim do ano, durante o qual as duas partes deverão negociar a sua futura relação. As negociações arrancam em março.