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Há pessoas sem a parte olfativa do cérebro que conseguem cheirar (e cientistas não sabem porquê)

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Cientistas encontraram casos em que as pessoas não tinham bulbo olfativo, a parte do cérebro responsável pelo olfato, mas mesmo assim conseguiam cheirar.

Anosmia consiste na perda total ou parcial do olfato e esta é uma condição que torna as pessoas incapazes de sentir cheiros. No entanto, investigadores israelitas encontraram alguns pacientes que são exceções e contrariam aquilo que a comunidade científica acredita.

O bulbo olfativo fica atrás dos nossos olhos e é a primeira área do cérebro responsável pela capacidade de cheirar. Depois de receber os sinais do nariz, o bulbo olfativo transmite-os para o córtex olfativo, onde os odores são processado e enviados a outras áreas do cérebro. Isto faz com que o ser humano seja capaz de cheirar um trilião de diferentes odores.

Em estudos anteriores, de acordo com o Inverse, verificou-se que há casos em que as pessoas nascem sem bulbo olfativo e outros nascem com uns mais pequenos, o que os torna menos perspicazes a sentir cheiros.

Foi por isso que quando o cientista Tali Weiss e a sua equipa descobriram casos de pessoas sem bulbo olfativo, mas que conseguiam sentir cheiros, ficaram perplexos.

Depois de realizarem alguns exames repararam que a atividade cerebral de duas pacientes era semelhante à de uma pessoa com um bulbo olfativo perfeitamente saudável. Havia, no entanto, um elo que as ligava: eram ambas canhotas.

Como tal, os investigadores procuraram explorar esta associação e deram de caras com algo ainda mais interessante. Os cientistas analisaram TACs de 1.113 participantes, dos quais 606 eram mulheres, e encontraram três pares de gémeas idênticas nas quais uma delas tinha um bulbo olfativo e a outra não.

Curiosamente, em todos esses três casos, a pessoa que não tinha o bulbo olfativo até cheirava melhor do que a irmã que o tinha. Os cientistas continuam sem perceber como é que as pessoas sem bulbo olfativo conseguem ter um olfato normal.

Uma das possibilidades é que os neurónios que normalmente compõem o bulbo olfativo migraram. Outra das hipóteses é que as outras partes do circuito olfativo, como as células mitrais, assumam as responsabilidades do bulbo olfativo. Ou ainda uma terceira possibilidade é que estas mulheres usem uma área completamente diferente do sistema nervoso para capturar os sinais químicos que percebemos como cheiro.

ZAP //

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