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Falar duas línguas pode atrasar uma série de sintomas de Alzheimer

Investigadores acreditam que falar duas línguas pode atrasar vários sintomas de demência e Alzheimer. Esta correlação está relacionada com uma maior reserva cognitiva.

Uma equipa de investigadores sugere que ser bilingue pode atrasar uma série de sintomas de demência. Num estudo publicado na semana passada na revista científica Alzheimer Disease and Associated Disorders, os cientistas procuraram perceber como é que o bilinguismo pode aumentar aquilo que é conhecida como a nossa reserva cognitiva.

Isto, de acordo com o New Atlas, refere-se à resiliência do cérebro a danos neurológicos, com estudos anteriores a descobrirem que uma maior reserva cognitiva pode, pelo menos temporariamente, mitigar os impactos da doença de Alzheimer — a forma mais conhecida e comum de demência — nos nossos últimos anos.

Os psicólogos analisaram 158 pacientes diagnosticados com défice cognitivo ligeiro, que consiste numa uma condição médica geralmente definida como a perda das capacidades cognitivas numa proporção maior do que é esperado para a idade da pessoa. Todos os participantes foram categorizados segundo o número de línguas faladas.

A equipa de investigadores da Universidade de York descobriu que, nos bilingues, o tempo de transição de défice cognitivo ligeiro para Alzheimer era notavelmente mais rápido (1,8 anos) em comparação com os pacientes monolingues (2,6 anos).

Isto contribui para a teoria de que ser bilingue e ter uma maior reserva cognitiva pode atrasar os sintomas da doença de Alzheimer e da neurodegeneração. A equipa de investigadores acredita que, embora ambos os grupos apresentassem o mesmo nível de função cognitiva no início do estudo, a patologia já se estava a desenvolver mais no grupo bilingue.

“Imagine sacos de areia a segurar as comportas de um rio. A certa altura, o rio vai vencer”, explicou a investigadora Ellen Bialystok.

Na altura em que os pacientes foram diagnosticados com défice cognitivo ligeiro, os bilingues já tinham uma patologia substancial, mas não havia evidências disso porque estava “escondida” pela reserva cognitiva. Assim sendo, quando a reserva deixa de conseguir aguentar os sintomas, a transição é feita mais rapidamente para o Alzheimer.

ZAP //

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