Investigadores criaram “gafanhotos-ciborgue” para que estes conseguissem detetar bombas. Estes insetos conseguiam cheirar substâncias específicas de explosivos.
As brigadas anti-bomba podem agora ter um novo amigo no combate ao crime. Uma equipa de investigadores financiada pela Marinha dos Estados Unidos conseguiu modificar gafanhotos para que estes conseguissem cheirar uma certa gama de odores químicos, nomeadamente explosivos.
Estes insetos foram usados para detetar gases libertados por substâncias como o nitrato de amónio, que é geralmente usado por grupos terroristas no fabrico de bombas e pelo exército nos explosivos militares TNT e RDX.
No entanto, há um senão: estes “gafanhotos-ciborgue” apenas apresentaram resultados positivos a identificar uma bomba quando trabalhavam sozinhos. Em pequenos grupos, os insetos perdiam a sua capacidade de detetar os explosivos.
Segundo o OneZero, os investigadores conseguiram este efeito nos gafanhotos ao, primeiramente, implantar elétrodos no seu cérebro. Assim, conseguiram analisar a atividade neural ao cheirar determinadas substâncias. Um artigo científico foi esta semana pré-publicado no portal bioRxiv, faltando ainda ser revisto por pares antes da publicação numa revista.
Os cientistas preferiram desenvolver as experiências com gafanhotos americanos por serem mais robustos e conseguirem transportar cargas pesadas. Ainda assim, para que pudessem ser úteis, tinham de controlar fisicamente os seus movimentos.
Para tal, os cientistas da Universidade de Washington colocaram os gafanhotos em pequenos robôs com rodas. Os investigadores estão a desenvolver uma alternativa mais prática, que consiste numa nano-tatuagem que permitirá mover os insetos sem usar um robô.
A equipa de investigadores notou, através da observação da sua atividade neural, que os gafanhotos ao cheirarem certos explosivos manifestavam certos padrões, menos de um segundo depois de o fazerem.
Em 2004, Thomas Nowotny e a sua equipa de investigadores mostraram que diferentes odores revelavam diferentes respostas nos cérebros de moscas da fruta. “Nós só dissemos: ‘Olha, podemos usar insetos para detetar estas coisas’, mas nunca construímos nada com isso”, disse Nowotny. “Eles parecem ter juntado as coisas”, acrescentou.