O treinador português disse, esta quarta-feira, que vai tentar qualificar a seleção venezuelana para o Mundial do Qatar de 2022.
“A Venezuela vive hoje o seu melhor momento. Venho com o propósito principal de contribuir para poder estar no Mundial do Qatar de 2022“, afirmou o técnico, que falava em Caracas, durante a conferência de imprensa em que foi formalmente apresentado como novo diretor técnico da seleção venezuelana.
Destacando uma equipa com “boas qualidades ofensivas” e “jogadores muito habilidosos”, José Peseiro manifestou o desejo de marcar presença no Mundial e reforçou ter “uma ideia de jogo (clara)”.
O novo diretor técnico da seleção sul-americana revelou que ainda voltará a Portugal, antes de regressar à Venezuela com a sua equipa técnica, na qual contará com um adjunto, um preparador físico, um treinador de guarda-redes e um analista, cujos nomes ainda não foram revelados.
Peseiro, que disse pretender incluir também venezuelanos na sua equipa técnica, frisou que todos os jogadores “têm as portas abertas” para fazer parte da seleção.
Na ocasião, o presidente da Federação Venezuelana de Futebol (FVF), Laureano González, sublinhou que o português é o técnico com melhor curriculum que os venezuelanos tiveram até hoje.
“Quero falar-lhes deste homem que está aqui à minha direita e que eu não conhecia pessoalmente. Ele é o técnico com o melhor curriculum de todos os que temos tido“, disse o líder da Vinotinto.
Segundo Laureano González, José Peseiro “é o primeiro caso concreto” da contratação de um treinador estrangeiro, “depois do argentino (José) Pastoriza, há mais de 20 anos”.
“Hoje, temos um treinador que vem de uma escola de técnicos que não é brincadeira. Hoje, a escola portuguesa está no topo da Europa. Ou seja, antes falávamos de técnicos alemães, mas antes de falar de técnicos alemães, eu perguntaria quantos grandes técnicos alemães estão a dirigir equipas fora da Alemanha. Podemos falar sobre os espanhóis, italianos, mas podemos falar sobre os grandes técnicos portugueses, que não é só Mourinho”, disse.
O dirigente explicou ainda que a FVF elaborou o seu orçamento em 2019 e que a contratação de José Peseiro não podia ter sido feita fora dos termos orçamentais que já tinham sido estabelecidos.
“Não vou falar da situação do país que vocês todos conhecem, que todos vivemos dia a dia. Este talvez seja o melhor orçamento de todas as eliminatórias até ao momento”, explicou.
Laureano González adiantou que não podia ter assinado um acordo “fora das possibilidades, do orçamento em que estava incorporado o técnico” que renunciou recentemente, Rafael Dudamel.
O presidente da FVF frisou ainda que Peseiro vai ser “bem recebido na Venezuela, porque a comunidade portuguesa é muito importante e está vinculada ao futebol, desde toda a vida (desde sempre)”.
“Sei que vai ser querido, bem recebido, porque vai treinar uma seleção que tem vindo a trabalhar bem e que tem fome de sucesso. Os jogadores venezuelanos sabem que é uma grande oportunidade que temos. Temos uma geração de jogadores jovens e brilhantes, com os quais poderá trabalhar muito bem e com os quais vai dar-se bem e se sintonizará”.
Esta será a segunda experiência de Peseiro, de 59 anos, como selecionador, depois de ter comandado a Arábia Saudita, de 2009 a 2011.
O ribatejano estava sem treinar desde a temporada passada, quando deixou o comando do Sporting, ainda em 2018, depois de passagens por União de Santarém, União de Montemor, Oriental, Nacional, Al Hilal (Arábia Saudita), Panathinaikos (Grécia), Rapid Bucareste (Roménia), Sporting de Braga, FC Porto, Vitória de Guimarães, Al Wahda e Al Sharjah (Emirados Árabes Unidos).
Peseiro vai ser o segundo português a comandar atualmente seleções na América do Sul, juntando-se a Carlos Queiroz, de quem foi adjunto no Real Madrid, que comanda a Colômbia e que vai encontrar na primeira jornada da qualificação para o Mundial 2022, a 26 de março.
Ambos vão ainda defrontar-se no grupo da zona norte da Copa América de 2020, que integra ainda Brasil, Equador, Peru e Qatar.
Além de Peseiro e Queiroz, e de Fernando Santos na equipa das quinas, também Paulo Bento, Hélio Sousa, Pedro Gonçalves, Luís Gonçalves e António Conceição orientam atualmente seleções, respetivamente Coreia do Sul, Bahrain, Angola, Moçambique e Camarões.
// Lusa