Jornalistas saíram em protesto de uma conferência de imprensa em Downing Street, esta segunda-feira, depois de os assessores do primeiro-ministro britânico terem decidido que apenas alguns podiam estar presentes.
De acordo com o Huffington Post, o incidente aconteceu depois de o número 10 de Downing Street ter convidado jornalistas para uma sessão de esclarecimento sobre os planos do primeiro-ministro, Boris Johnson, para o acordo comercial com a União Europeia.
Porém, quando os editores políticos de outros jornais chegaram ao local, o grupo foi dividido em dois grupos. Os repórteres da lista prévia foram instruídos a ficar, enquanto os restantes — nos quais se encontrava o HuffPost UK — foram obrigados a sair.
“Aqueles que foram convidados para o briefing podem ficar. Todos os outros, receio, terão de sair”, declarou o diretor de comunicação Lee Cain, na sequência das objeções dos jornalistas.
“Podemos convidar quem quisermos para as sessões de esclarecimento, quando quisermos”, respondeu ainda o assessor, quando questionado sobre os motivos para esta divisão.
Em forma de protesto, todos os jornalistas presentes na sala, inclusive aqueles que tinham sido convidados para a sessão de esclarecimento, acabaram por sair, afirmando que não concordavam com estes termos tão divisórios.
Entretanto, a secretária-sombra da Cultura, Tracey Brabin, já reagiu ao incidente, considerando que “a recente deterioração das relações entre o Governo e os media é profundamente preocupante”, acrescentando que “os acordos comerciais pós-Brexit são uma questão de grande importância e interesse público“.
Depois deste episódio, adianta o semanário Expresso, uma fonte da equipa de assessoria do primeiro-ministro disse que a primeira parte do briefing era aberta a todos os jornalistas e que a segunda parte estava programada para ser apenas para os jornalistas “sénior”.
Segundo o Huff Post, este é o segundo incidente em menos de uma semana entre Cain e os jornalistas especializados em política dos vários meios de comunicação. E, recorde-se, a equipa de comunicação de Boris Johnson também já proibiu os ministros de participarem em programas da manhã como o Today, da BBC Radio 4, e o Good Morning Britain, da ITV.