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Não existem movimentos zero nas Forças Armadas, garante Cravinho

Mário Cruz / Lusa

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho

Esta quarta-feira de manhã, o ministro da Defesa garantiu que os movimentos que se manifestam através das redes sociais e sob anonimato não existem nas Forças Armadas.

“Sindicatos e movimentos zero não correspondem ao que vivi nas Forças Armadas nestes 15 meses”, desde que é ministro, afirmou o ministro da Defesa João Gomes Cravinho na sessão sobre o Orçamento de Estado relativo ao sector da Defesa.

“Só na comunicação social é que vejo essas referências, esses movimentos são praticamente inexistentes, escondem-se atrás do anonimato, o que não corresponde à atitude dos nossos militares.”

No dia 15 de janeiro, no Arsenal do Alfeite, e no dia posterior em diversas unidades da Força Aérea, foi distribuído um comunicado de uns intitulados “Militares Unidos”, que criticava a situação das Forças Armadas. “Mostra ao ministro da Defesa que vai apresentar o orçamento da Defesa no dia 22 que tem de te responder e servir e não às negociações do costume”, desafiava o documento.

Além disso, adianta o Público, o mesmo comunicava apelava a ações simbólicas nesta terça-feira, como faltar ao almoço ou permanecer nos quartéis até ao arrear da bandeira nacional.

Médicos para o Hospital das Forças Armadas

O Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) vai ter um reforço orçamental de 3% para o Hospital das Forças Armadas poder contratar 25 médicos, anunciou o ministro durante a audição no Parlamento sobre o Orçamento do Estado.

A falta de médicos e a saída dos mesmos da tropa foi um dos temas levantados pelo deputado comunista António Filipe. No sábado, o Expresso avançou a notícia de que havia médicos a pagar mais de 100 mil euros para abandonarem as fileiras a título de indemnização ao Estado (como consta da lei), mas o Exército estava a pedir valores na ordem dos 350 mil euros.

A realidade da sobrecarga das equipas médicas civis e militares do HFAR e a saída dos profissionais de saúde é um tema que Gomes Cravinho não nega. Por isso, além de anunciar o aumento de verbas para a saúde militar, o governante disse que é preciso mudar a arquitetura do sistema: “É necessária outra resposta, com a criação de condições para que os meios sejam geridos de forma lógica, otimizando o conjunto de recursos médicos nas Forças Armadas.”

Em relação às saídas dos médicos militares, o ministro referiu que “as indemnizações [ao Estado] têm sido elevadas, em função da atratividade das alternativas no mundo civil. Temos hospitais privados que oferecem condições” para que os médicos peçam “indemnizações elevadas”.

Gomes Cravinho diz que preferia que não houvesse a necessidade de se pagarem indemnizações “e que ficassem na carreira” e admitiu que recuperar o número de médicos “vai levar algum tempo no setor público – porque não é um particular do sistema de saúde militar – face face à concorrência do privado”.

Saída da Força Aérea do Montijo custa 100 milhões

O ministro da Defesa estimou ainda em cerca de 100 milhões de euros os custos da saída da Força Aérea da base do Montijo, onde vai ser construído o novo aeroporto. A saída vai implicar a transferência dos helicópteros para a base de Sintra e dos aviões de treino Épsilon para a base de Beja, explicou.

O impacto orçamental “precisa de ser acomodado no âmbito da relação entre o Estado e a entidade que tem a gestão do aeroporto”, a Vinci.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) confirmou, esta terça-feira, a viabilidade ambiental do novo aeroporto no Montijo, projeto que recebeu uma decisão favorável condicionada em sede de DIA.

Esta decisão mantém cerca de 160 medidas de minimização e compensação a que a ANA – Aeroportos de Portugal “terá de dar cumprimento”, as quais ascendem a cerca de 48 milhões de euros.

ZAP // Lusa

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