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Afinal, o fóssil de “aranha” pré-histórica era um lagostim de pernas pintadas

Cheng et al, Acta Geologica Sinica, 2019

No início deste ano, uma equipa de cientistas descobriram anunciaram ter descoberto um novo espécie do Cretáceo Inferior na Formação Yixian, na China, que acreditavam ser uma enorme aranha antiga.

O fóssil acabou por ser vendido ao Museu de História Natural de Dalian, na China, e os seus membros acreditavam que se tratava de um espécime de Mongolarachnidae chaoyangensis, tal como publicaram os especialistas, à época, na revista científica especializada Geological Acta da Sociedade Geológica da China.

Contudo, a “aranha” pré-histórica não passa de uma fraude: trata-se, na verdade, de um lagostim “muito mal preservado” com “algumas pernas pintadas”, conforme adiantou o paleontólogo Paul Selden da Universidade do Kansas, nos EUA, ao portal Science Alert.

O artigo publicado “tinha muito poucos detalhes”, contou o especialista em invertebrados, dando conta que, quando os seus colegas de Pequim lhe emprestaram o espécime para análise, percebeu de imediato que alguma coisa estava errada.

Faltavam várias partes (…) havia segmentos demais nas seis pernas e olhos enormes”, disse Selden, que levou a cabo uma análise de microscopia de fluorescência do fóssil para confirmar as suas suspeitas iniciais.

Por sua vez, o paleobiólogo Chungkun Shih, da Universidade de Pequim, também notou que esta “aranha” foi encontrada numa zona onde foram também descobertos muitos lagostins do Cretáceo (120-130 milhões de anos).

O especialista disse ainda que esta é uma falsificação bastante credível. Estes achados “são, normalmente, desenterrados por agricultores locais. E elesa sabem quanto dinheiro podem fazer com estes achados”, explicou.

As pessoas que descreveram este achado como uma aranha pré-histórica “são bos paleontologistas”, só “não são especialistas em aranhas”, concluiu Paul Selden.

ZAP //

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