O Benfica terminou o seu ano de Liga NOS com mais uma vitória, de novo por 4-0, tal como havia acontecido na anterior partida no Estádio da Luz, ante o Marítimo.
Desta vez frente ao terceiro classificado Famalicão, eram esperados muitos golos, dadas as características das duas equipas, mas só uma teve arte e engenho para o fazer. Carlos Vinícius abriu o activo na primeira parte, Pizzi – com mais uma exibição de grande nível – bisou e Caio Lucas fechou a contagem perto do fim.
O jogo explicado em números
- Quem esperava duas equipas personalizadas e a tentar assumir o jogo ofensivo, não se desiludiu, certamente, com a atitude das duas equipas no primeiro quarto-de-hora. Como esperado, o Famalicão não entrou na Luz para defendeu e jogou de igual para igual com os campeões nacionais. Só não vimos duas equipas abertas no ataque. Ambas entraram cautelosas, em estudo mútuo, pelo que nesta fase apenas um remate para casa lado, desenquadrado, e mais bola para o Benfica (60%).
- As equipas continuaram encaixadas até à meia-hora de jogo, mas a construir boas jogadas, com destaque para um lance de Pizzi em cima dos 30 minutos, quando passou por vários adversários, entrou na grande área e viu o guarda-redes Rafael Defendi negar-lhe o golo certo, na melhor ocasião do jogo até então.
- Pizzi era mesmo o jogador em destaque nesta altura, com dois dribles eficazes em duas tentativas, ambas no último terço, e um passe para finalização, que lhe garantia um rating de 6.1. E a partir desta altura, os homens da casa começaram a empurrar o seu adversário para junto da grande área.
- Já com muitos remates e ocasiões a seu favor, o Benfica acabou por chegar ao golo aos 39 minutos. Mais uma excelente jogada de envolvimento que teve passe “açucarado” de Chiquinho para Carlos Vinícius na grande área.
- Desta feita o avançado brasileiro não demorou 47 minutos a marcar, como era a sua média (link) , mas bem menos, fazendo o 1-0 de forma fácil, ao décimo remate benfiquista no jogo, terceiro enquadrado.
- Jogo muito rico em termos tácticos e de capacidade competitiva das duas equipas, com o Famalicão a surgir na Luz sem medo e a pegar no jogo à procura do golo.
- Porém, teve pela frente um Benfica que mostra cada vez mais estar a atingir um bom momento de forma, com capacidade de reacção à perda e imaginação para elaborar belos lances ofensivos.
- Ao intervalo as “águias” venciam pela margem mínima e mostravam números sólidos: 58% de posse de bola, dez remates, três enquadrados, 85% de eficácia de passe e 1,3 golos esperados (xG), para 0,2 dos forasteiros.
- O melhor em campo nesta altura era Taarabt, com GoalPoint Rating de 6.8, graças a três passes longos certos em cinco, três dribles completos (100%) e também três desarmes.
- Excelente reentrada do Benfica, que chegou ao 2-0 aos 48 minutos, por Pizzi. A bola chegou ao médio à entrada da área e este rematou colocado, sem hipóteses para Defendi. Este foi o quinto disparo do benfiquista na partida, terceiro com boa direcção.
- O Famalicão não desistiu de atacar apesar de estar com dois golos de desvantagem, mas o Benfica continuava a ter mais bola chegada a hora de jogo, mais concretamente 55% no segundo tempo. Os forasteiros ainda não registavam qualquer remate nesta fase do jogo desde o descanso, e assim era difícil para quem queria reentrar na discussão do resultado.
- Ao invés, as “águias” somavam quatro disparos, dois enquadrados, por volta dos 70 minutos, e muitos lances na grande área famalicense, ao contrário dos visitantes que apresentavam apenas uma dessas situações desde o intervalo.
- Naturalmente, Pizzi já ultrapassara toda a gente nos ratings, com 9.1 nesta fase, mas com Taarabt a segui-lo de relativamente perto (8.0). O melhor do Famalicão era Racic, com 5.7, com 12 recuperações de posse.
- Nos derradeiros minutos, o Benfica limitou-se a controlar as operações, com muitos passes entre os seus jogadores para tirar ritmo ao jogo e chamar o Famalicão para zonas mais adiantadas do terreno. E perto do final, o recém-entrado Caio Lucas fugiu pela esquerda, ganhou espaço e rematou colocado para o 4-0, ao 17º remate “encarnado” no jogo, sexto enquadrado.
O melhor em campo GoalPoint
Mais uma magnífica exibição de Pizzi, que neste jogo marcou dois golos e chegou aos 11 na Liga, sendo o melhor marcador da competição, com mais um que Carlos Vinícius.
O médio registou um pouco usual GoalPoint Rating de 9.6, fruto do bis, mas também de muitos outros momentos de qualidade superior, como foram os quatro remates enquadrados em seis (ambos máximos do encontro), a assistência realizada em dois passes para finalização, mas também os quatro dribles eficazes em cinco tentativas.
Para mais tarde recordar.
Jogadores em foco
- Adel Taarabt 8.4 – Quem acompanhava há anos a carreira do marroquino nos diversos campeonatos onde competiu, sabia que estava perante um jogador que desperdiçou um talento incrível. Adel parece estar a querer recuperar o tempo perdido e realizou mais uma exibição de grande nível. Dez passes progressivos eficazes, três dribles completos (todos os que tentou), 12 recuperações de posse e oito desarmes (máximo do jogo e segundo valor mais alto na Liga) são números acima da média.
- Álex Grimaldo 7.3 – Muito do futebol benfiquista foi canalizado pelo corredor esquerdo, onde Grimaldo esteve em bom plano, soltando-se perante a ajuda defensiva de Franco Cervi. O espanhol criou uma ocasião flagrante defensiva em três passes para finalização, arrancou seis cruzamentos (um eficaz) e fez quatro desarmes.
- Odysseas Vlachodimos 6.6 – Atenção à nota do grego. O Famalicão fez mesmo um jogo virado para o ataque e a prova disso é que o guarda-redes benfiquista foi obrigado a fazer quatro defesas, mas apenas uma a remate na sua grande área. Somou ainda duas saídas pelo solo eficazes.
- Franco Cervi 6.2 – Sem deslumbrar, o argentino teve um papel muito importante a nível táctico, ajudando muito Grimaldo nos processos defensivos. Ao todo registou três desarmes e outras tantas intercepções e, na frente, fez um passe para finalização.
- Gabriel Pires 6.2 – O médio brasileiro voltou a demonstrar as qualidades que o caracterizam, nomeadamente no passe longo. Ao todo, Gabriel fez 13 passes progressivos eficazes, dez entregas longas certas em 13 e ainda recuperou 11 vezes a posse de bola e fez quatro desarmes.
- Roderick Miranda 5.9 – O melhor do Famalicão foi o defesa-central, formado no Benfica. Roderick teve muito trabalho, mas conseguiu ganhar os dois duelos aéreos defensivos em que participou e somou 16 acções defensivas, dez delas alívios. Sem complicar.
Resumo
// GoalPoint