A procura de voluntários para o Festival Eurovisão de 2020 está a gerar polémica. A organização quer disponibilidade total durante 18 dias, não oferecendo qualquer vencimento, nem pagando despesas de viagem ou estadia.
O Festival Eurovisão 2020 será realizado em Roterdão, nos Países Baixos, nos dias 12, 14 e 16 de maio do próximo ano. Como se trata de um evento de grande escala, onde participam 41 países, é necessária uma grande estrutura de staff e trabalhadores para assegurar a sua sustentabilidade.
Como é comum em muitos festivais e eventos, a organização está à procura de voluntários dispostos a fazer o trabalho sem qualquer tipo de remuneração. As candidaturas para voluntário abriram ontem, numa nota divulgada pela NPO, no qual procuram pessoas que dominem tanto o holandês como o inglês, conheçam bem a cidade de Roterdão e os seus arredores e cubram elas próprias todos os custos de viagem e estadia.
“O Comité da Eurovisão 2020 está à procura de voluntários para servir como anfitriões das delegações estrangeiras”, lê-se na mensagem partilhada. Entre as suas tarefas está ir ao hotel buscar os membros da delegação, guiá-los pela cidade, acompanhá-los aos ensaios e ajudá-los a organizar eventos.
A organização pede total disponibilidade entre os dias 1 e 18 de maio do próximo ano, realçando que os interessados devem ser “proativos, comunicativos e práticos”. Além disso, dizem que os voluntários não deverão ter uma mentalidade de “picar o ponto”, entrando às 9h e saindo às 17h.
Em retorno, a organização da Eurovisão promete oferecer aos voluntários “uma experiência única de viver de perto o festival”, a oportunidade de “conhecer novas pessoas e fazer contactos” e ainda “uma experiência de trabalho única para o curriculum“. Os interessados têm até ao dia 15 de dezembro para enviar as candidaturas.
De acordo com o Russia Today, a oferta de trabalho tem gerado polémica nas redes sociais. Muitos utilizadores acusam a organização do festival — que conta com um orçamento milionário — de não pagar um salário aos trabalhadores. Joost van Alkemade, diretor da Associação de Voluntários nos Países Baixos, defende que a organização deve, pelo menos, reembolsar as despesas de viagens e estadia.
Trabalho escravo em plena UE. Rica UE e rico futuro. Quando chegarem os autómatos as pessoas vão chupar o dedo e viver na rua pois ficaram sem o trabalho.
Ah pois.
Adoro …”voluntários”! Isto é o cúmulo do ridículo, tenham vergonha e paguem o que é bem merecido com dignidade…enfim
Se é informado das condições, so se candidata quem quer. Ninguém é obrigado e ninguém é enganado.
Que anjinho!…
Ainda não percebeste que isto, tal como a WebSummit, etc, etc, são como uma religião onde também ninguém é obrigado – mas, obviamente, muitos são enganados?!!
Isto está a tornar-se uma pratica inaceitável. Uma organização com orçamento de milhões não tem uns míseros tostões para pagar no mínimo a estadia e a viagem. É completamente inaceitável, pois até ONG`s fazem isso e não tem orçamentos de milhões. Estão a desvalorizar o trabalho voluntário. A Web Sumitt foi mais um recente exemplo. Veja-se, as camisinhas do Paddy a 780€ da empresa da sua esposa esgotaram e um voluntário não viu um cêntimo pelo seu trabalho. O trabalho seja ele qual fôr deve ser valorizado.
Exactamente!
Trabalho voluntário? Isto é a escravatura do século XXI! Os governos têm muita culpa no que se passa porque fecham os olhos ao que se passa, são coniventes , ou em muitos casos multiplicam os maus exemplos , mantendo estagiários nos ministérios a trabalhar sem o salário devido.
Um país tão avançado, e afinal não, é mais que retrogrado, a isto chama-se escravidão e é crime