O Benfica regressou às boas exibições e às goleadas, numa jornada em que aproveitou o empate do FC Porto na Madeira para se isolar no comando da Liga NOS.
Na recepção ao Portimonense, as “águias” venceram por 4-0, numa partida em que Bruno Lage realizou várias mexidas – com a aposta em Samaris, Chiquinho, Gedson e Carlos Vinícius – e estas resultaram em pleno. O ponta-de-lança brasileiro bisou na partida, Chiquinho fez uma assistência e o grego foi dos melhores em campo.
O jogo explicado em números
- Benfica com mais bola no primeiro quarto-de-hora (66% de posse), mas sem movimentações colectivas capazes de abrir brechas na defesa do Portimonense. Ao invés, os algarvios surgiam com perigo junto da baliza de Vlachodimos, que evitou o tento forasteiro aos 11 minutos, num remate de Koki Anzai na pequena área.
- Contudo, aos 17 minutos, o Benfica marcou. Canto da direita de Chiquinho, Gabriel desviou ao primeiro poste e André Almeida, de cabeça, abriu o activo. Ao segundo remate “encarnado”, primeiro enquadrado, os anfitriões colocavam-se na frente do marcador.
- O golo tranquilizou a formação benfiquista, que manteve o domínio (68%) e conseguiu conter um pouco as transições contrárias, mas não evitou que o Portimonense continuasse a rematar. À meia-hora, as duas equipas tinham ambas quatro remates, um enquadrado, sendo que os algarvios registavam apenas três acções na área contrária (que terminaram todas em remate).
- Carlos Vinícius, uma das novidades da equipa de Bruno Lage, mostrava serviço com a sua capacidade física e técnica. Aos 35 minutos, o brasileiro registava duas tentativas de drible, ambas com sucesso, bem como dois remates. Isto apesar de contar apenas quatro passes, demonstrativo de que tinha os olhos postos na baliza contrária.
- Vantagem benfiquista numa primeira parte nada fácil para os comandados de Bruno Lage, com muitas dificuldades para furar a defesa do Portimonense e incapaz de estancar as saídas rápidas dos visitantes, que criaram quase tanto perigo quanto os campeões nacionais – apesar do claro domínio das “águias” em termos de posse de bola. O melhor nesta fase era André Almeida, com um GoalPoint Rating de 6.5, fundamentalmente por causa do golo que marcou.
- Entrada de rompante do Benfica na segunda parte. Num lance de insistência após um canto na direita, Álex Grimaldo cruzou e Rúben Dias (47′), à entrada da pequena área, desviou a contar, no primeiro remate após o descanso.
- A boa reentrada não foi, contudo, acompanhada pelo domínio dos acontecimentos. A perder por duas bolas, os algarvios assumiram as despesas atacantes e chegaram à hora de jogo com 56% de posse de bola no segundo tempo e três remates, embora só um enquadrado. Ao mesmo tempo deixavam mais espaços na retaguarda e o Benfica aproveitou.
- Aos 63 minutos, Grimaldo arrancou um excelente passe a rasgar, Vinícius ganhou em velocidade, ultrapassou Ricardo Ferreira e atirou a contar para o 3-0. Quatro remates no segundo tempo, três enquadrados, dois golos para os “encarnados”. E ao quinto, o 4-0, aos 65 minutos, de novo pelo ponta-de-lança brasileiro, desta feita após assistência de Chiquinho.
- O jogo estava decidido, com o Benfica a marcar três golos em 20 minutos e a sentenciar a partida, fruto de uma inatacável eficácia ofensiva, que registava quatro remates enquadrados em seis, ao mesmo tempo que o Portimonense tinha bola, mas de forma inconsequente. E assim continuou até final.
O melhor em campo GoalPoint
Excelente jogo de Carlos Vinícius, titular no lugar de Haris Seferovic. O brasileiro desde cedo mostrou uma vontade e uma capacidade física que criavam problemas à defesa algarvia. Contudo, só na segunda parte a sua influência no jogo se fez notar de forma vincada, com dois golos no espaço de dois minutos. Vinícius terminou com um GoalPoint Rating de 8.3, ele que enquadrou dois de quatro remates e ainda completou as três tentativas de drible. O suíço que se cuide.
Jogadores em foco
- Álex Grimaldo 7.7 – Um dos motores do futebol ofensivo “encarnado”. O lateral espanhol esteve sólido a defender, com três desarmes, sete recuperações e dois duelos aéreos defensivos ganhos em quatro, e registou duas assistências em cinco passes para finalização, sendo o mais interveniente na partida, com 101 acções com bola (o segundo, Samaris, teve 77).
- André Almeida 7.2 – Mais um belo jogo do lateral-direito, a marcar um raro golo, de cabeça, ainda na primeira parte. Almeida atirou ainda uma bola ao ferro e criou uma ocasião flagrante de golo.
- Andreas Samaris 6.8 – O grego regressou ao “onze” e não desiludiu, em especial na ocupação dos espaços, algo que lhe permitiu somar dez recuperações de posse, o máximo do jogo. E ainda fez quatro desarmes e foi dos mais activos.
- Franco Cervi 6.5 – O argentino voltou a merecer a confiança do treinador, realizando um jogo positivo, embora sem grande brilhantismo. Ao todo fez três passes para finalização, um deles criando uma ocasião flagrante, e voltou a ser o melhor no capítulo do desarme, com seis, uma característica que o define.
- Chiquinho 6.1 – O seu rating pode não ter sido dos mais altos – devido a uma ocasião flagrante desperdiçada -, mas a sua influência na melhoria do futebol do Benfica foi evidente, emprestando vertigem, intensidade e excelentes decisões. Numa delas fez uma assistência para golo de Vinícius e terminou como o mais rematador (a par do brasileiro), com quatro disparos.
- Lucas Fernandes 5.6 – Um dos mais consistentes jogadores dos algarvios, o brasileiro foi o melhor da equipa de António Folha, terminando com três remates (todos de fora da área) e um passe para finalização.
Resumo
// GoalPoint