A coligação de partidos italianos de direita, entre os quais a Liga, de extrema-direita e dirigido pelo ex-ministro do Interior Matteo Salvini, ganhou as eleições regionais de domingo em Úmbria, região considerada um bastião da esquerda.
A coligação, que além da Liga integra o partido conservador Força Itália e o ultraconservador Irmãos de Itália, conquistou 57,55% dos votos, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira pelo Ministério do Interior italiano, noticiou a agência Lusa.
A aliança formada pelo partido populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e pelo Partido Democrata (PD, esquerda), que governa o país, obteve 37,48% dos votos, ou seja, menos 20 pontos percentuais do que os vencedores.
Depois de quase 50 anos de governo de centro-esquerda, Donatella Tecei – senadora pela Liga e ex-presidente da câmara de Montefalco, na província de Perúsia – vai ser a nova presidente da região com quase 900 mil habitantes e se situa no centro do país.
Esta votação foi o primeiro teste para a coligação governamental do M5S e do PD, mas o seu candidato, Vicenzo Bianconi, não conseguiu convencer os eleitores.
A comunicação social italiana sublinhou a vitória da direita e especialmente da Liga e de Matteo Salvini, que obteve 36,95% dos apoios à coligação para Úmbria, enquanto o Força Itália, do antigo primeiro-ministro Sílvio Berlusconi, se ficou pelos 5,5% e o Irmãos de Itália pelos 10,4%.
Os jornais italianos destacaram também a queda do M5S, que obteve 7,41%, e do PD, que somou 22,33%.
Para Matteo Salvini, “as eleições em Úmbria mostram que os italianos querem” eleições gerais. “Alguém em Roma devia refletir [sobre estes resultados]. Os italianos não gostam de traidores”, afirmou.
Quando em agosto derrubou a coligação de Governo entre o seu próprio partido e o M5S, Matteo Salvini apostou na realização de eleições antecipadas no outono. Porém, a coligação entre o M5S e o PD, que agora governam juntos, atirou o partido do ex-primeiro-ministro para a oposição.
“A derrota em Úmbria da aliança em torno de Vincenzo Bianconi é clara e confirma uma tendência negativa do centro-esquerda nos últimos anos”, admitiu o secretário nacional do PD, Nicola Zingaretti, enquanto o M5S referiu, em comunicado, que o resultado demonstra que o partido deve “representar uma terceira via”, à margem da direita e da esquerda.
As eleições regionais foram convocadas após a demissão de Catiuscia Marini, do PD, depois da abertura de uma investigação judicial por irregularidades no sistema de saúde. A taxa de participação foi de 64,7%, quase dez pontos mais do que em 2015.
O que torna claro que a população está desgastada com os sucessivos desgovernos ocidentais. Quanto a soluções para a sociedade, tanto a direita, esquerda e centro têm sido pouco mais que uma nulidade. Não importa se são de extrema ou ultra ou suave, são inúteis e parte do problema dos países.