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125 dolorosos decibéis. O pássaro mais ruidoso do mundo vive na América do Sul

O canto de acasalamento dos machos de arapongas brancas (Procnias albus), espécie encontrada no Brasil, Paraguai e Argentina, é o som mais poderoso produzido por qualquer outro pássaro.

A conclusão é do cientistas norte-americano Jeffrey Podos e do cientista brasileiro Mario Cohn-Haft que, num novo estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica Current Biology, afirmam que esta é a ave mais ruidosa do mundo.

Depois de observar estas aves endémicas da América do Sul, os ornitólogos conseguiram captar dois tipos de cantos em níveis de intensidade diferentes: o primeiro e mais frequente atinge os 117 decibéis, enquanto a segunda versão atinge os 125 decibéis.

De acordo com Jeffrey Podos, citado pelo portal Discover, estes sons são mais ruidosos do que uma serra elétrica a operar a um metro de distância.

Com este registo, e tendo em conta que as arapongas pesam apenas 250 gramas, os cientistas afirmam que estas aves produzem sons mais ruidosos do que qualquer outro membro da sua classe, superando ainda alguns mamíferos, como os macacos.

Segundo os investigadores, sons desta intensidade devem danificar a audição das fêmeas a distâncias inferiores a quatro metros, mas isso não impede que as fêmeas se aproximem. “Enquanto observávamos as arapongas brancas, tivemos a sorte de ver fêmeas que se juntavam aos machos”, escreveu a equipa no publicação.

“Nesses casos, vimos que os machos cantam apenas as suas músicas mais agudas (…) Os machos contorcem-se todos e revezam-se durante estes rituais para tocar a nota final diretamente na direção das fêmeas”.

Os ornitólogos ainda descobriram que os espécimes que gritam com intensidade máxima não são capazes de manter a duração da “chamada” de forma tão extensiva como a dos seus colegas mais silenciosos, restringindo assim o desenvolvimento dessa capacidade.

“A amplitude máxima tem um impacto negativo na duração, tanto no tipo de música como nas interpretações individuais do segundo tipo de canto (…) Esta restrição pode limitar uma maior elaboração evolutiva da amplitude, mesmo quando confrontada com uma seleção sexual forte e persistente “, concluíram os cientistas.

ZAP //

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