Portugal está com mais trovoadas?

saipal / flickr

foto: saipal / flickr

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De acordo com as empresas de eletricidade e de telecomunicações, as trovoadas têm sido mais frequentes em Portugal. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já está a levar a cabo um estudo no sentido de confirmar a tendência e reforçar a rede de observação para poder fazer previsões com mais antecedência.

“Existe, aparentemente, um aumento significativo de trovoadas em Portugal, em particular no continente, e vai ser absolutamente necessário reforçar a rede de observação“, explicou à agência Lusa o presidente do IMPA, Jorge Miranda.

“Tem sido evocado pelos operadores igualmente um aumento de trovoadas atmosféricas e temos um grupo a trabalhar nesse assunto”, explicou o responsável.

Entre as atividades mais afetadas pelos fenómenos naturais, como vento ou trovoada, estão as telecomunicações, a rede de distribuição energética e a aviação. “No ano passado, tivemos dois ou três acontecimentos de máximos de vento com prejuízos muito significativos nas linhas de transmissão de energia“, explicou Jorge Miranda.

A questão das trovoadas faz parte do trabalho conjunto que o instituto desenvolve não apenas com empresas e instituições dos setores afetados, mas também com entidades de outros países, como a China, já que “este aumento não está a ser observado apenas em Portugal“.

Caso se verifique um aumento efetivo a partir da revisão dos dados das últimas décadas, o IMPA encara “seriamente, em colaboração internacional, o reforço da rede de observação”.

Jorge Miranda salientou que este é um trabalho de “enorme responsabilidade” pois qualquer variação cientificamente estabelecida poderá envolver variações dos prémios dos seguros, dos níveis de responsabilidade, dos standards de construção dos edifícios e das linhas de transmissão. “Só uma autoridade que não dependa de interesses é que tem a capacidade de fazer este tipo de avaliação”, defendeu o presidente do instituto.

Jorge Miranda garante que a capacidade do IPMA de seguir estas situações é razoável: se o IPMA terminar a rede de radares e melhorar a rede de trovoadas, será capaz de “seguir com uma hora ou meia hora de antecedência todos os fenómenos extremos”, o que já é realizado para a aviação.

Já os operadores de telecomunicações, de energia ou transportes “vão ter de se preparar na próxima década para modificações na forma de trabalhar, para saber gerir a informação de que, por exemplo, há um pico de vento previsto para a próxima meia hora”, resumiu o presidente do IPMA.

/Lusa

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