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Terramotos na Califórnia despertam falha geológica inativa há 500 anos

Os recentes terramotos na Califórnia, nos Estados Unidos, despertaram uma falha geológica que estava inativa nos últimos 500 anos, adiantaram geofísicos do Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech) e do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

A falha de Garlock, que atravessa o deserto de Mojave, no sul da Califórnia, está a mover-se pela primeira vez, desde que há registo. Atualmente, a falha geológica está a mover-se a um ritmo muito lento, mas é capaz de produzir um terramoto de magnitude 8, segundo os especialistas.

O motivo desta mudança repentina é, segundo os cientistas, a desestabilização causada pelos terramotos de Ridgecrest, em julho deste ano. “Acabou por ser uma das sequências de terramotos melhor documentada da história”, adiantou Zachary Ross, professor assistente de geofísica e autor principal do artigo cientifico, publicado na revista Science.

As ruturas provocadas pelos abalos de Ridgecrest terminaram a poucos quilómetros da falha de Garlock, uma falha muito importante que se estende por mais de 300 quilómetros a partir da falha de San Andreas até ao Vale da Morte.

A falha tem permanecido relativamente inativa durante os últimos 500 anos, mas a tensão exercida pela atividade sísmica fez com que se começasse a mover lentamente e a deslizar dois centímetros desde o mês de julho, adianta a Sputnik News.

Esta investigação também fornece provas de que os grandes terramotos podem ocorrer de uma forma muito mais complexa do que se pensava até agora. Os cientistas consideram que os maiores terramotos são causados pela rutura de uma grande falha geológica, e que a magnitude máxima está relacionada com o comprimento da falha.

No entanto, a sequência de sismos de Ridgecrest envolveu cerca de 20 pequenas falhas anteriormente desconhecidas, que se cruzaram numa zona geometricamente complexa e geologicamente jovem. “Não podemos assumir que as falhas maiores são as que ditam a ameaça sísmica, se muitas falhas mais pequenas podem unir-se para criar grandes terramotos”, afirmou Ross.

A investigação mostra que ainda sabemos muito pouco sobre terramotos e sobre o prognóstico do risco sísmico.

ZAP //

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