EUA coloca 28 organizações chinesas em lista negra por abusos contra minorias étnicas

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Os Estados Unidos (EUA) colocaram na segunda-feira 28 organizações chinesas numa lista negra pelo alegado envolvimento em abusos contra a minoria étnica uigur e outras na província de Xinjiang, no noroeste da China.

As organizações, que incluem agências governamentais e empresas tecnológicas especializadas em equipamento de vigilância, ficam proibidas de comprar produtos de empresas americanas sem a aprovação de Washington, informou o Expresso.

O Gabinete de Segurança Pública de Xinjiang e outras 19 agências mais pequenas fazem parte da lista, bem como grupos comerciais especializados em tecnologia de reconhecimento facial.

Segundo o Departamento de Comércio, as organizações visadas estão “implicadas em violações e abusos dos direitos humanos” e na “campanha da China de repressão, detenção arbitrária em massa e vigilância de alta tecnologia de uigures, cazaques e outros membros de grupos minoritários muçulmanos”.

Nos últimos anos, têm-se acumulado relatos de que mais de um milhão de pessoas, principalmente da etnia uigure, está detido em campos de internamento em Xinjiang. Grupos de defesa dos direitos humanos e antigos detidos descrevem-nos mesmo como “campos de concentração”, onde os prisioneiros são obrigados a assimilar a cultura han, maioritária na China.

As autoridades de Pequim descrevem os campos como “centros de educação vocacional” onde os uigures recebem orientação profissional, justificando a sua existência com a necessidade de afastar as pessoas do extremismo religioso, terrorismo e separatismo.

Na semana passada, durante uma conferência de imprensa no Vaticano, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que a China “exige que os seus cidadãos adorem o Governo e não Deus”. Em julho, mais de 20 países do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas assinaram uma carta conjunta, criticando a forma como Pequim trata os uigures e outros muçulmanos.

Esta não é a primeira vez que os EUA impõem uma proibição comercial a grupos chineses. Em maio, a Administração Trump colocou o gigante de telecomunicações Huawei em lista negra devido a receios de segurança relativamente aos seus produtos.

Os dois países estão atualmente em guerra comercial, impondo taxas alfandegárias sobre os produtos do outro. Ainda esta semana, delegações americanas e chinesas reúnem-se em Washington para tentar aliviar as tensões.

ZAP // //

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